O Saci pedalará em Curitiba

arte: meandros

Nos últimos anos, durante as duas semanas finais de outubro fico profundamente irritado (…) São os dias adventícios a esta festa importada chamada Halloween*. Professoras de escolas de inglês e filmes de tevê de quinta categoria trataram de disseminar o assunto entre nossas crianças e, parece que o modismo é irremediável: veio mesmo para ficar. (…)
Por que é que o nosso povo, tão rico em festas populares, se submete a esta “coisa” americanizada chamada “Dia das Bruxas” ? Para eles a festa tem sentido, mas para nós que temos festas maravilhosas como, Folia de Reis, Festas do Divino, Juninas, Carnaval, Boi Bumbá, Micaretas, Cavalhadas, Missa Criola, do Vaqueiro, Iemanjá, Sírio de Nazaré, N.S. dos Navegantes etc.? O que é que temos a ver com isto ? Será que foi uma exigência mercadológica ?

(…)Breve alguns mitos brasileiros tais como, boitatá e saci-pererê não passarão de lendas remotas, porque os duendes, gnomos e bruxas estão ganhando a “parada”. (…)

E voltando a falar em róloim, por que será que a nossa mídia dá tanto espaço para este assunto? Por acaso nossos jornalistas, que deveriam defender a cultura pátria, já estão contaminados? Recentemente importantes livros das lendas brasileiras escritos por Clarice Lispector, Moacyr Sclier e ilustrados por Lazar Segal foram editados e não se falou uma linha deste assunto. Penso que o folclore, a música autêntica brasileira, dança e costumes populares soam para a nossa classe média e para o pessoal da elite como coisas de pobre. (…)

Merecemos mesmo a pecha de colonizados. E ao que tudo indica, ficaremos neste buraco por muito tempo.” Eloi Zanetti no Meandros

Raolim do Saci – Bicicletada de Curitiba

Algumas fotos do 1º Raolim do Saci ou SACICLETADA DO  RAOLIM:

Sacis Pedalam

Mais Sacis


Nosso amigo Saci, que ainda vai esconder o trânsito da nossa cidade.

Do CicloBr: Nosso amigo Saci, que ainda vai esconder o trânsito da nossa cidade.


2 Comentários

Arquivado em Bicicletada, critical mass

2 Respostas para “O Saci pedalará em Curitiba

  1. Márcio Campos

    Ahh, sem dúvida, a aculturação é coisa bem antiga, vem na música, vem no cinema, vem nas festividades. Fruto da baixo auto-estima das nações mais pobres e recentes que se julgam segundo os valores das mais ricas. Provincianismo moderno.

    Para citar um exemplo, vejamos a “música sertaneja”. Música caipira(de raiz) é vista como coisa de pobre, e a classe média rural e urbana só quere se vestir como texanos legítimos, que ostentam o que podem. Então surgiram as “autênticas duplas sertanejas”, que de fato têm ojeriza ao sertão, sequer querem saber quem por lá vive.

    Não sou contra a permeabilidade de costumes e culturas, pode ser uma troca interessante, mas quando só acontece num sentido, denota distorção e preconceito.

    E viva o Saci, o Curupira e Mãe d´água.

    Márcio Campos

  2. Bruno Giorgi

    A palavra para isso é Globalização. Essa tal globalização trouxe coisas boas, como a possibilidade de se falar com pessoas de qualquer lugar do mundo, se informar sobre o que acontece em qualquer ponto do planeta, conhecer outras culturas, etc. Mas essa tal de globalização traz consigo coisas ruins como um predomínio da cultura e costumes americanos sendo muitas vezes impostos como melhores que as culturas locais pela mídia tradicional e pelo mercado. Pense nos produtos que você consome, faça um balanço do que é americano e do que é nacional, provavelmente a predominância será de produtos americanos.

    Por isso devemos valorizar nosso folclore, nossos costumes, nossos produtos, etc.

    Viva a Sacicletada.

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