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TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O QUINTO ATO

[TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O QUINTO ATO]

Vem pra rua vem

1 – Como protestar e ajudar de casa
2 – Como se comportar no protesto
3 – Orientacões Jurídicas
4- Evento Oficial e contato com a Coordenação
5- Material e Suporte Técnico
6 – Como lidar com gás lacrimogêneo e bombas
7- Primeiros Socorros (pré-durante-pós)
8- Eventos no Brasil.
9- Eventos no Mundo.
10- Ajuda internacional

[5 MANEIRA DE AJUDAR SEM SAIR DE CASA!]

1. Abra seu Wi-Fi
Se você mora ou trabalha perto das áreas de manifestação libere o sinal do seu Wi-Fi. Com mais conexão os protestantes são capaz de informar melhor e subir seus registros e trocar mensagens.

2. Bandeira branca na janela
Coloque uma bandeira branca na sua janela e participe do movimento VEM PRA JANELA: https://www.facebook.com/events/281102965366442/?fref=ts que dá mostra o apoio das pessoas dentro de casa aqueles na rua – lutando.

3. Proteja os manifestantes
Separe alguns panos com vinagre e garrafinhas de água, e converse com seu porteiro para abrigar gente fugindo dos protestos se a violência começar. PMs agrediram diversas pessoas tentando fugir da confusão encurralados na porta de prédios – a grande maioria presente não tem interesse em participar de violência. Proteja-os se puder.

4. Registre tudo que ouve e vê
Sendo uma peça presente, registre seus arredores e participe da troca de informações sobre os protestos. Utilize as tags do evento e informe seus contatos de tudo que está acontecendo – sua presença virtual é tão importante quanto sua presença física.

5. Compartilhar é participar!
Diversas informações podem ser cruciais na hora de ajudar quem esta nas ruas. Durante o protesto do dia 13, os manifestantes souberam com alguma antecedência sobre a presença do batalhão de choque da polícia escondido, e puderam tentar minimizar a os ataques. Também foi através da internet e facebook que informações sobre pontos de suporte médico chegaram as ruas. Esteja preparando com todo seu poder de cidadão da internet pra ajudar!

[15 DICAS PARA QUEM VAI AS RUAS PROTESTAR]

Vem pra rua vem

15 dicas pra quem vai participar de protestos

1. Use roupas impermeáveis
Se você tiver casacos ou peças impermeáveis em casa, eles são perfeitos contra o famoso gás lacrimogêneo. O algodão absorve o gás e os químicos ficam em contato com a pele por mais tempo.

2. Tome Banho
Sim, vá para a manifestação bem limpinho. Isso porque a oleosidade da pele também ajuda a fixar o gás lacrimogêneo.

3. Não fotografe o rosto dos líderes manifestantes
Os organizadores do movimento pedem que fotógrafos e jornalistas não ajudem a polícia a identificar membros dos protestos. Essas pessoas, após identificadas, podem ser perseguidas ou presas injustamente.

4. Cinegrafista, mantenha distância!
A cobertura da mídia tradicional brasileira está deslegitimando o processo e dando importância apenas a cenas de violência. Se você tem uma câmera, faça imagens do que realmente está acontecendo. Mas proteja-se em um lugar tranquilo e longe da confusão. No meio do protesto, você corre o risco de ser reprimido pela Polícia Militar.

5. Ande em grupo
Vídeos postados nas redes sociais mostraram grupos de policiais espancando pessoas que estavam sozinhas. O melhor é estar sempre acompanhado por um grupo.

6. Óculos de Natação
O óculos é barato – pode ser encontrado por R$ 2 em lojas de artigos esportivos – e protege os seus olhos do gás lacrimogêneo. Não use lentes de contato! Elas retêm o gás nos seus olhos.

7. Máscara de Pintor
Esta é mais uma opção barata para se proteger contra o gás lacrimogêneo. Bandanas e lenços também ajudam. Acrescente vinagre diluído em água e, se puder, leve um Cebion para colocar na boca.

8. Nunca esfregue os olhos!
Para desinfetá-los contra o gás, vire a cabeça lateralmente, jogue água corrente e deixe-a escorrer do olho para fora, em um olho de cada vez. A amônia corta o efeito do gás lacrimogêneo – vinagre contém amônia (misture meio litro de vinagre em meio litro de água pra lavar o rosto) ou Cebion.

9. Sapatos confortáveis
No último ato, foram 5 horas de caminhada. Vá preparado.

10. Se você não for participar, evite a região onde o ato vai acontecer
Você não precisa ser contra nem a favor. Se não vai participar, o melhor é evitar a região do protesto. A população está saindo nas ruas para reivindicar um direito básico. Não seja o chato que reclama porque chegou 2 horas mais tarde em casa. O ato em São Paulo acontece na próxima segunda-feira 17.

11. Registre os abusos
Diversos casos de violência e abusos só vieram a tona por que haviam registros feitos por telefones e câmeras. Utilizem as armas que vocês tem para gravar todo tipo de violência e excessos.

12. Informe e esteja informado
Mantenha seu círculo de contatos atualizado do que está acontecendo com você, em caso de ser preso ou estar machucado, alguém pode ir ao seu encontro e te ajudar. Caso você precise o momenti Habeas Corpus tem uma legião de advogados prontos pra defender seus direitos civis:https://www.facebook.com/events/557049844337828/

13. Descubra quais os pontos de apoio
Durante o último evento a Matilha Cultural prestou suporte médico aos manifestantes. Procure se informar onde estão os novos pontos de apoio, isso pode salvar a vida de alguém.

14. Seja pacífico.
Lute mas não recorra a violência. Se houverem manifestações de violência, filme e reporte. Se afaste dos ambientes onde está acontecendo combate, depredações e conflito. Essas ações invalidam e deturpam o valor da manifestação. No lugar disso, leve seu cartaz e prepara a voz pra gritar. Em caso de agressão policial com balas de borracha, deite no chão.

15. Leve seu vinagre.
Por que (ainda) não é crime.

[ORIENTAÇÕES JURÍDICAS PARA QUEM FOR NA MANIFESTAÇÃO]

uso vinagre

1. A polícia PODE te deter, por alguns minutos, para “averiguação”. Ou seja, para verificar se você está carregando bombas, armas, drogas, etc. A polícia NÃO PODE te prender para averiguação, te jogar em um camburão, e te levar para a delegacia;

2. Se você for pego cometendo algum crime (independente das razões para isso), você poderá ser preso. Se você estiver portando drogas, bombas, armas, ou estiver depredando o patrimônio público, a polícia PODE te prender e te levar para a delegacia;

3. Você tem o direito de permanecer calado diante de qualquer pergunta, de qualquer autoridade. Você também tem direito, na delegacia, de contar com o auxílio de um advogado. Se você for preso, levado para a delegacia, e quiserem tomar o seu depoimento, EXIJA um advogado presente. Se não permitirem a presença de um, dê como declaração o seguinte: “PERMANECEREI EM SILÊNCIO, PORQUE ME FOI NEGADO O DIREITO DE TER UM ADVOGADO ACOMPANHANDO ESTE ATO”. Isso tem que ficar documentado no papel. Se o delegado ou o agente da polícia civil se negar a colocar isso no papel, NÃO ASSINE NADA!

4. Na delegacia, LEIA TUDO ANTES DE ASSINAR! Se o que estiver escrito não for a realidade, ou se você não disse alguma coisa que está escrita, NÃO ASSINE;

5. Se você for preso, não adianta discutir com o policial. Não reaja. Anote o nome de todos. Grave-os na sua memória. Se você vir alguém sendo preso, FILME! E, se souber o nome de quem está sendo preso, colete outros nomes ao redor, com telefone para contato, que poderão no futuro servir de testemunhas. Após, entre em contato com a pessoa que foi presa e repasse as informações.

6. Qualquer revista da polícia, em você ou em mochilas, DEVE SER FEITA NA PRESENÇA DE TODOS. A polícia NÃO PODE pegar a sua mochila e ir verificá-la longe dos olhos de todos.

7. Se você estiver machucado, EXIJA ATENDIMENTO MÉDICO IMEDIATO, mesmo antes de ir para a delegacia. A sua saúde deve ser mais importante do que a sua prisão.

8. Alguém foi preso ou está precisando de auxílio de algum advogado, entre em contato pela página “Habeas Corpus Movimento Passe Livre Manifestação 17/6”. Já somos mais de 4000 dispostos a te ajudar, gratuitamente.

9. E o mais importante: viu alguém sofrendo qualquer tipo de abuso? FILME! A polícia levou a mochila para revistar, sem o acompanhamento de ninguém? FILME! Viu alguém sendo preso por portar coisas legais, como vinagre ou máscaras, FILME! Anote o nome dos policiais que abusarem. Se ele não estiver portando alguma identificação, TIRE UMA FOTO! Com esses dados é possível a responsabilização do Estado e do policial que cometer os abusos.

[MATERIAL GRÁFICO]

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Precisa de material gráfico (panfletos, cartazes) pra manifestação? O Estúdio Meli Melo está apoiando as manifestações e imprimindo de graças peças enviadas por nós para serem distribuídas no dia do evento. Entre em contato!
-> https://www.facebook.com/MeliMeloPress

Fique de olho também nos cartazes e imagens rolando no facebook e compartilhe bastante o evento oficial: https://www.facebook.com/events/388686977904556/ e participe do AVAAZ para ser entregue ao prefeito pelo movimento Passe Livre.

[GRITOS DE GUERRA e CARTAZES]

Isso, já estamos preparando o coro e os cartazes, idéias aqui:https://www.facebook.com/events/388686977904556/388767097896544/?notif_t=event_mall_comment

[COORDENAÇÃO DOS PROTESTOS]

Movimento Passe Livre SP (MPL-SP): http://saopaulo.mpl.org.br/
mais informações sobre transporte: http://tarifazero.org/

[SOBRE GÁS LACRIMOGÊNEO E BOMBAS DE EFEITO MORAL]

QUEM DEVERIA EVITAR O SPRAY: aqueles com asma, problemas respiratórios ou infecciosos; mulheres grávidas; mulheres que pretendem engravidar; qualquer pessoa doente ou com um sístema imunológico baixo; infecção nos olhos; quem usa lentes de contato; crianças.

PREOCUPAÇÕES QUE DEVEM SER RELACIONADAS AO SPRAY: já que o spray de pimenta deve ser jogado de uma distância curta, a policia poderá tentar remover seus óculos de proteção ou sua máscara.

A reação aos químicos será beneficiada se houver alguma irritação na pele, como ACNE ou ECZEMA severa.

As LENTES DE CONTATO prendem os gazes irritantes e os componentes químicos, podendo aumentar os danos e as irritações causados por eles. Consiga óculos de grau e avise aos outros para não usar lentes de contatos.

ASMÁTICOS deverão trazer a suas bombinhas.

A primeira e mais importante coisa que deve ser lembrada é: RELAXE! Se você estiver tranquilo, tiver suplementos necessários e conhecimento, não irá precisar de assistência médica. Medo e confusão pioram tudo.

[PRIMEIROS SOCORROS EM CASO DE VIOLÊNCIA]

NÃO USE brincos, piercings, colares, gravatas, etc.

VISTA-SE DE ACORDO COM A TEMPERATURA: quanto mais você cobrir o seu corpo, mais você estará protegido. Casacos de chuva ou tecidos à prova d’água, lavados com sabão neutro, não irão absorver os químicos (ao contrário do cotton ou algodão). Cubra pulsos, tornozelos e pescoço.

POR FAVOR, TENHA CERTEZA DE QUE O SEU GRUPO DE AFINIDADE E A EQUIPE DE AJUDA LEGAL SAIBAM DE SUAS NECESSIDADES, PARA QUE POSSAM AJUDÁ-LO E ORIENTÁ-LO. Isso significa ter alguém ao lado consciente de alguma condição médica sua preparado para te dar apoio.

CUBRA TAMBÉM OS CABELOS com algo que seja à prova d’água: sacola plástica, touca de banho, capacete, etc.Use tênis ou botas confortáveis, que sirvam para correr. Leve calça e blusa extras, guardados na mochila, para você trocar as roupas contaminadas.

BANDANAS encharcadas em vinagre substituem a máscara de gás aliviando a garganta e o nariz. Mantenha-na guardada numa sacola plástica com zíper.

LANCHES ENERGÉTICOS:
Leve, tanto faz se em líquido ou barras (lembre-se que você vai ficar o dia todo na rua).

O QUE VOCÊ NÃO DEVE PASSAR NA PELE:
Vaselina, detergente, hidratantes, maquilagem, protetor solar que contém óleo, ou qualquer coisa ácida irá causar reações fortes. Não use vaselina ou óleo de mamona como proteção!!!

[PRIMEIROS SOCORROS DURANTE A AÇÃO]

Fique calmo e concentrado.

Quando o seu corpo aquece (por correr ou devido ao pânico), a irritação por spray de pimenta poderá aumentar. A principal razão disto acontecer é porque os seus poros irão abrir, permitindo a maior absorção dos químicos.

Fuja para um local seguro com ar puro, onde pessoas que não foram expostas poderão ajudá-lo ou garantir a sua segurança enquanto você se cuida.

Rosto em direção ao vento, olhos abertos, levante os braços e caminhe, permitindo que o ar puro te descontamine. Respire profundo e devagar.

Não toque seus olhos ou rosto, porque você poderá se recontaminar.

Assopre o nariz e cuspa, isto ajudará a eliminar os químicos.

Se sua pele estiver molhada de spray de pimenta, limpe-a com roupa que não foi contaminada. Se você espalhar o óleo químico pela pele, aumentará a dor.

Antes de tratar alguém, peça-lhe permissão! Então explique para ele (a) o que você fará, antes de fazê-lo.

Use luvas limpas (evita contaminação das duas partes) e proteção para os olhos, para não acabar impossibilitado de ajudar os outros e precisar, também, de tratamento.

Logo depois da contaminação, você pode passar algum óleo mineral e em seguida um algodão com álcool na pele contaminada. Isto irá aliviar a dor (esle procedimento só funciona se for feito logo após a contaminação).

Molhe a região dos olhos que foi contaminada espirrando a água em direção ao chão. Desta forma, ela não irá contaminar a pele limpa, roupas ou cabelos.

GUARDE AS ROUPAS CONTAMINADAS EM UMA SACOLA.

[PRIMEIROS SOCORROS DEPOIS DA AÇÃO]

Se descontamine com um banho frio. Isto mantém os poros fechados prevenindo que os químicos entrem pela pele.

Coloque a roupa contaminada para arejar.

Fique sabendo que, se você entrar em uma sala com roupas, cabelo e pele contaminados por químicos, você irá contaminar toda a sala.

Um lugar contaminado pode ficar com um mal cheiro forte por semanas.

Se possivel, troque de roupa antes de entrar em locais fechados.

Coloque as roupas contaminadas numa sacola e tire todo o ar. Lacre, para que os gazes se difundam lentamente. Se você quiser a suas roupas de volte, marque a sacola com um nome.

[PEQUENOS SANGRAMENTOS]

NASAL – inclinar (abaixar) a cabeça para frentte; pedir para a vítima cuspir todo o sangue da boca e respirar pela boca; fazer pinçamento do nariz, logo abaixo do osso, na cartilagem, por 10 min; soltar devagar. Se continuar sangrando, enfie um pedaço de algodão ou pano no nariz e continue o pinçamento por mais 10 min.

CORTES – expor o ferimento; fazer compressão direta sobre a hemorragia; com um pano limpo comprimir em cima do ferimento elevá-lo ao nível do coração; quando o pano estiver cheio de sangue, colocar outro por cima.

VASO EXPOSTO – fazer o pinçamento dos vasos.

OBJETO TRANSFIXADO – mantê-lo fixo colocando algum pano em volta; colocar um objeto leve tamando o que está transfixado; prender com uma fita; pôr um pano em cima e prender com uma faixa.

FERIMENTOS GRAVES – providenciar socorro médico e hospitalar.

[OUTRAS CIDADES PARTICIPANDO DOS PROTESTOS]

Rio https://www.facebook.com/events/535972753126253/
Blumenau https://www.facebook.com/events/557996044239846/
Florianópolis https://www.facebook.com/events/114739575402227/
Maceió: https://www.facebook.com/events/1389023891309085/
São José dos C https://www.facebook.com/events/201541853330221/
Joinville: https://www.facebook.com/events/491936634209753/
Brasília: https://www.facebook.com/events/463255290434058/
Viçosa: https://www.facebook.com/events/395498297229496/
Manaus: https://www.facebook.com/events/310842239048709/
Natal: https://www.facebook.com/events/406311496150883/
São Paulo: http://www.facebook.com/events/388686977904556/
Porto Alegre: https://www.facebook.com/events/183882525105139/
Santarém: https://www.facebook.com/events/409783819137155/
Santos: https://www.facebook.com/events/135933803276168/
João Pessoa: https://www.facebook.com/events/679269142099113/
Foz do Iguaçu: https://www.facebook.com/events/481243278624089/
Uberlândia: https://www.facebook.com/events/527918607267757/
Bauru: https://www.facebook.com/events/118400468368966/
Maranhão: https://www.facebook.com/events/131262777075205/
BH: https://www.facebook.com/events/181900998638964/
Goiânia: https://www.facebook.com/events/464284696999198/
Piracicaba: https://www.facebook.com/events/425796080851120/
Florianópolis: https://www.facebook.com/events/114739575402227/
Duque de Caxias: https://www.facebook.com/events/504106012976017/
Belém: https://www.facebook.com/events/507814239274208/
Recife: https://www.facebook.com/events/169468283223991/
Juiz de Fora: https://www.facebook.com/events/558872177497414/
Curitiba: https://www.facebook.com/events/112475535594285/

[OUTROS PAÍSES PARTICIPANDO DOS PROTESTOS]

PARIS https://www.facebook.com/events/147318595459350/
VALENCIA: https://www.facebook.com/events/136456916554894/
MADRID: https://www.facebook.com/events/625940557418200/
LONDRES: https://www.facebook.com/events/183382041822867/
LISBOA: https://www.facebook.com/events/131690073703767/
BERLIM: https://www.facebook.com/events/165396716966531/
TURIM: https://www.facebook.com/events/261371487339249/
COIMBRA:https://www.facebook.com/events/200661703420881/
DEN HAAG https://www.facebook.com/events/363696367086327/
PORTO: http://www.facebook.com/events/645859998777392/
BARCELONA https://www.facebook.com/events/202433683240284/
DUBLIN: https://www.facebook.com/events/268625579944061/
MUNIQUE https://www.facebook.com/events/367062640060027/
LA CORUNA https://www.facebook.com/events/506258462756431/
BRUXELAS https://www.facebook.com/events/594266403939531/
BOLOGNA https://www.facebook.com/events/468817986538368/
FRANKFURT https://www.facebook.com/events/175117009324268/
HAMBURG https://www.facebook.com/events/341611152632858/
BOSTON https://www.facebook.com/events/238595646265111/
CHICAGO https://www.facebook.com/events/474892132587144/
NOVA YORK https://www.facebook.com/events/464704513623013
TORONTO https://www.facebook.com/events/128677670672718/
MONTREAL: https://www.facebook.com/events/185780441587055/
VANCOUVER: https://www.facebook.com/events/186329608197344/
EDMONTON: https://www.facebook.com/events/153694814817084/
CIDADE DO MEXICO: https://www.facebook.com/events/163069633872720
BUENOS AIRES: https://www.facebook.com/events/193499234142111/
TOKYO: https://www.facebook.com/events/609751042382657/

[AJUDA INTERNACIONAL]

Caso esteja fora do país e quer ajudar, o pessoal do mobilizados está arrecadando doações para kits de primeiros socorros, cartazes e outros materiais para as próximas manifestações – https://www.facebook.com/Mobilizados

[SOBRE]

Esse post é uma compilação de uma pesquisa com as informações que estão girando pelos últimos dias com o único intuito de esclarecer e preparar meus amigos e outras pessoas para possíveis eventos durante as manifestações.

Todo o interesse do evento é num movimento de paz e democracia. 🙂 Só estamos nos preparando para ajudar outras pessoas caso seja preciso. E caso me encontre por lá, aceito HIGH-FIVE o/

COMPARTILHEM QUE INFORMAÇÃO É PODER! 😀
VAMOS FORTES PRAS RUAS! ♥

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A Batalha do dia 13 de junho

Dia de Santo Católico que realiza o casamento desejado…dia de ir à Igreja, dia de devoção. Sim, na tradição religiosa era o dia de prometer.

Na noite anterior[12/06], recebo uma ligação com informes difusos: ” as redes sociais estão monitoradas com autorização judicial; O ‘bpchoque’ está aquartelado; amanhã a coisa irá ferver…”

Repassei na manhã[13/06] e inicio da tarde as informações que tinha. Estava preocupado e tenso, caminhei pelo centro da cidade para sentir o tal “clima” e o que percebia era uma calmaria por ruas que havia percorrido [ r. libero badaró, 15 de novembro, são bento, largo patriarca, ladeira da memória, rua boa vista, praça da sé, av. liberdade, rua riachuelo, largo do café, largo da misericórdia, praça antonio prado]. Calmaria que talvez fosse a antecipação de algo que estaria a acontecer! Temia o pior…

Os ativistas sociais, começam a chegar no teatro municipal de São Paulo e se concentram em suas escadarias…os órgão de repressão lá também comparecem, com a determinação de manter tudo em seu lugar(entre 900 a 1200 policiais)

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O que vi depois, já na rua da consolação com Maria Antonia, foram cenas de covardia e brutalidade que confesso, jamais tinha presenciado na cidade. Os agentes da repressão do estado ‘tocando o terror’, como se a ordem fosse bate, espanca e prende. Só ouvia os disparos das balas de borracha e das bombas de gas pimenta [ não pelo som, mas o odor que senti e a ardência nos olhos]; Teve momentos que as lágrimas que caiam do olhos eram uma mistura de irritação por causa do gas pimenta, com o ódio contido contra tamanha violência que se descortinava diante dos olhos.

……

Leia abaixo o relato , e tire suas próprias conclusões:

“Um Relato do Ato

Manifestantes cercados e atacados pela Força Policial: democracia, só que não

São quase duas da manhã e estamos aqui, um grupo de nove jovens amigos/as, reunidos/as, agitados/as e não conseguimos dormir antes de denunciar o que vivemos hoje pelas ruas do centro de São Paulo.Era por volta das 18h quando descemos a Rua Augusta em direção ao Teatro Municipal para a concentração do Quarto Ato contra o aumento das tarifas.As notícias que circularam durante o dia prenunciavam que o a manifestação seria tensa. Mas, apesar do medo, estávamos leves e confiantes na democracia. Fomos nos incorporando a vários outros companheiros que seguiam para o ato. O que portavam? Flores, vinagre e câmeras fotográficas.Ao chegar no Teatro, o clima já estava tenso. A forte presença policial contrastava com o desejo de paz da maioria dos manifestantes, evidenciados em falas, gritos pela não violência e em atitudes absolutamente pacíficas.Seguimos com a multidão, reivindicando a revogação do aumento das tarifas e, mais do que isso, o direito ao transporte público, à cidade e, óbvio, a nos manifestarmos.Nossa intenção era parar a Paulista, chamar a atenção dos governantes e exigir o diálogo, mas quem parou a Paulista foi a polícia. Poucos metros de caminhada e o choque cercou os manifestantes e realizou a primeira dispersão. A partir daí éramos vários atos pela região central da cidade. Seguimos com um grupo que subiu a Augusta para tentar chegar a Paulista. Também fomos cercados, recuamos pela Bela Cintra e também ficamos sem saída. Fomos encurralados até chegar na Consolação. Vimos um cenário de guerra, vários dos grupos que haviam se dispersado voltaram a se encontrar, mas estávamos cercados pelo choque e pela cavalaria de todos os lados. Todos. Não havia para onde escapar e se proteger. Muitas bombas e balas de borracha atingiam os manifestantes. O desespero começou a tomar conta. Faltava o ar, os olhos ardiam, medo de perder os companheiros e, principalmente, o sentimento de indignação, humilhação e revolta. A solidariedade prevaleceu, quem tinha vinagre, oferecia, indicavam caminhos livres, davam as mãos.Conseguimos correr por uma das ruas. Recuamos. Tinha duas adolescentes conosco, estávamos preocupados, cansados. Precisávamos encontrar um local seguro. Seguimos pelas ruas paralelas à Consolação na região de Higienópolis. Estava deserta, nos sentimos a salvo. Encontramos mais um pequeno grupo de amigos numa padaria. Um alivio. Tomávamos uma água.De repente, onde não havia mais aglomeração de manifestantes, mais fumaça, mais barulho, mais bomba. Começamos a correr. Nos separamos dos outros. Nesse momento, éramos apenas nove amigos. Resolvemos caminhar calmamente, não haveria motivo para sermos atacados. Não fazíamos nada de mais. Estávamos enganados. Uma viatura parou diante de nós. Policiais apontaram a arma e ordenaram: “corram que vamos atirar”. Corremos e eles cumpriram a promessa. Atingiram uma amiga. Nos desesperamos. As ruas estavam desertas, não havia onde entrar. estávamos sozinhos. Humilhados e indignados pela arbitrariedade, pela violência, pela covardia, gritamos por socorro.Duas moças passavam de carro, se escandalizaram com a covardia que presenciaram. Pararam o carro e disseram para entrarmos. Nove pessoas num Palio. A solidariedade e o senso de justiça nos salvou. Elas moravam por ali e nos levaram para o apartamento, para ficarmos em segurança até que pudéssemos sair.Mais amizade, mais solidariedade. Fizemos um pedido de ajuda pelas redes sociais. Precisávamos de dois carros para nos tirar dali em segurança. Poucos minutos e dezenas de ajuda foram oferecidas. Fizemos e recebemos diversos telefonemas para saber dos outros amigos/as espalhados/as, feridos/as, presos/as. Havia uma rede de pessoas trocando informação, solidariedade, força. Fomos acolhidos num local seguro, onde passaremos a noite.Como nos sentimos agora? Humilhados e indignados, sim. Mas não derrotados. O que vimos hoje nos fez ver o tamanho do desafio que temos para consolidar a democracia e também nos fez sentir que somos fortes, somos muitos e somos bons. Partilhamos de momentos emocionantes de luta, coragem, lucidez. Fomos acolhidos e recebemos imensa solidariedade que alimentaram ainda mais o nosso sentimento de força. Essa rede pode crescer, temos certeza. Não vamos recuar.Enquanto a passagem não baixar, São Paulo vai parar.

Ingrid Evangelista
Juliana Giron
Paolla Menchetti
Rafael Lira
Vanessa Araújo Correia
Vânia Araújo Correia
Victória Satiro
Vitor Hugo Ramos

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obs. em constante atualização, até o próximo ato[17/06]

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Tem Mundo Bici!

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Nosso encontro tem como tema “Como escolher sua bicicleta?” e contará com Ricardo Corrêa, que desenvolveu a Urbana, uma bicicleta projetada por designers, engenheiros e urbanistas para ser usada nas ruas do Brasil, tanto para o transporte como para o lazer.

Após o bate papo, haverá a abertura da exposição “Crônicas de Bicicleta”, realizada pela fotógrafa Giovana Pasquini, que a partir de fotos retiradas no Brasil e na Itália retrata como a bicicleta modifica a imagem das ruas e se funde à arquitetura das cidades. As fotos também revelam como a bicicleta pode traduzir o modo de vida, o estilo pessoal e a personalidade de quem a conduz.

Quem participar do encontro ainda concorre a uma cestinha para a bicicleta, que será sorteada!

 

O que: Mundo Bici – “Como escolher sua Bicicleta?” – bate papo com Ricardo Corrêa, sócio fundador da Urbana Bicicletas e “Crônicas de Bicicleta” – uma exposição de Giovana Pasquini

Quando: 05.06, às 19h30

Quanto: Grátis

Onde: Instituto Cultural Mundo Mundano (www.mundomundano.com.br) Rua Morato Coelho, n.º 25, Pinheiros, São Paulo – SP. Contato: (11) 2359 -7444 oucontato@mundomundano.com.br

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A marcha das vadias 2013 em SP

Foto - Antonio Miotto - MARCHA DAS VADIAS SP - 2013

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entenda o que é a marcha das vadias – clique aqui

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Sem Palavras

Foto: Antonio Miotto

Foto: Antonio Miotto

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Eu pergunto a você

Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder

Chico Buarque

Foto: Antonio Miotto

Foto: Antonio Miotto

Nossa luta é por justiça e pela preservação da memória dos mortos e desaparecidos. Para que se conheça, para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça. 

#desarquivandoBR

Mais do que nunca a luta pelo desarquivamento do Brasil e pelo Direito à Verdade se faz necessária.

Nos dias  31 de março e 1º de abril, aniversário do golpe militar, realizaremos tuitaço a partir das 21h e concentraremos esforços nas postagens também no Facebook. Acompanhem pelo perfil @desarquivandoBR e/ou pela hashtag #DesarquivandoBR no twitter e na nossa fan page no Facebook e coloque a marca da campanha no seu avatar.

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Edições anteriores do #desarquivandoBR:
Entrevista com Criméia Almeida e Suzana Lisbôa, em 12/01/2010 e a 1ª blogagem
Proposta da 
2ª blogagem
Balanço da 
3ª blogagem
Convocação da 
4ª blogagem e post final com todos os blogs participantes
Avaliação da 
5ª blogagem coletiva
Compilação da 
6ª blogagem coletiva.

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45 ANOS DA MORTE DO ESTUDANTE EDSON LUÍS DE LIMA SOUTO

a postagem faz parte da VII Blogagem Coletiva  #desarquivandoBR
Maria Carolina Bissoto
“Quem cala sobre teu corpo
Consente na tua morte
Talhada a ferro e fogo
Nas profundezas do corte
Que a bala riscou no peito
Quem cala morre contigo
Mais morto que estás agora
Relógio no chão da praça
Batendo, avisando a hora
Que a raiva traçou no tempo
No incêndio repetido
O brilho do teu cabelo”
(Menino – Milton Nascimento)
[…] completam-se 45 anos da morte do estudante Edson Luís de Lima Souto ocorrida no dia 28 de março de 1968 numa repressão policial no Restaurante Calabouço no Rio de Janeiro.
Edson Luís nasceu em 24 de fevereiro de 1950 em Belém (Pará), vindo de família muito pobre começou seus estudos em sua cidade natal e, posteriormente, mudou-se para o Rio de Janeiro, prosseguindo seus estudos no Instituto Cooperativo de Ensino que funcionava em um anexo do restaurante Calabouço, onde ele almoçava todos os dias.
 O estudante foi morto a tiros numa repressão policial para desalojar os estudantes que haviam ocupado o prédio para evitar o seu fechamento. O seu corpo não chegou a ir para o IML, sendo levado para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde foi velado.
No dia de seu enterro, 50 mil pessoas saíram as ruas para protestar pela sua morte, levando cartazes nos quais estava escrito “Mataram um estudante! Podia ser seu filho”. O fato chamou grande atenção da população.
A sua missa de 7º dia levou milhares de pessoas a Igreja da Candelária, e foi reprimida com grande violência. Muitas pessoas ficaram feridas e muitos estudantes foram presos.
A morte do estudante do Edson Luís foi um dos marcos na luta contra a ditadura militar, causando uma grande comoção pública e, em consequência, uma grande mobilização contra o regime militar.
1968 como diria Zuenir Ventura “foi o ano que não acabou”, foi o ano das passeatas, das grandes mobilizações e o ano da radicalização do regime principalmente depois da decretação do Ato Institucional nº 5 em 13 de dezembro. A morte de Edson Luís foi um dos marcos na luta contra a ditadura militar e deve ser lembrada, pois situações de radicalização contra o movimento estudantil não ficaram no passado, são atuais e precisam ser debatidas, entendidas e combatidas.

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Onde estavam as mulheres negras na ditadura militar?

Este texto faz parte da Blogagem Coletiva Mulheres Negras 2012. [ e tb Post participante da VII Blogagem Coletiva #desarquivandoBR ]

Foto: Antonio Miotto

Foto: Antonio Miotto

Por Niara de Oliveira

Vou começar falando da dificuldade em escrever sobre mulheres negras e ditadura — na perspectiva que sempre abordo a ditadura, de luta e resistência pela esquerda. Não existem referências que falem especificamente sobre esse tema. E acho que relatar a dificuldade na pesquisa além de ser mais honesto pode dar uma vaga ideia do quão complicado é tratar do tema.

Fato é que não há referências anteriores à década de 70 sobre a luta dos negros e negras na resistência à ditadura militar e poucos são os registros de militantes negros nas organizações clandestinas e/ou da luta armada. Se não há referências do movimento negro imaginem da luta das mulheres negras… É, pois é. O ponto mais delicado, o setor mais oprimido da luta na esquerda (não vou usar o termo “mais baixo na escala da opressão porque não curto a expressão) se lutou contra a ditadura ou não deixou registros ou ninguém pesquisou ainda. Entendem porquê é tão importante a abertura dos arquivos secretos da ditadura civil-militar? Além de fazer criar corpo a necessidade de punição às violações de direitos humanos cometidas pelo Estado é importante para contar esse período da história que continua envolto numa névoa densa.

No calendário Afro está lá a referência ao dia 10 de novembro como “O governo Médici proíbe em toda a imprensa notícias sobre índios, esquadrão da morte, guerrilha, movimento negro e discriminação racial / 1969″ e encontrei ainda esse texto com a referência do calendário e uma rápida contextualização do período sem citar fontes ou de fato explicá-la. Pesquisei os Atos Institucionais e pedi ajuda a um grande parceiro do Movimento#DesarquivandoBR, o Pádua Fernandes, perguntando se essa proibição saiu em algum AI. Mas não consta essa proibição, assim textual, em nenhum dos dezessete AIs. Doze deles são de 1969, mas nenhum foi publicado em 10 de novembro, sendo o último de 14 de outubro. Me contestem, por favor, se eu estiver errada.

Pesquiso e leio muito sobre a ditadura militar e sempre me incomodou a ausência dos negros e negras na resistência. E o incômodo não está em “ó, os negros não se aliaram a resistência”, mas por saber que a esquerda reproduz os preconceitos estruturais da sociedade e é tão machista, racista e homofóbica quanto qualquer reacionário. Pior do que isso, por ser esquerda acham que estão a salvo da reprodução desses preconceitos.

Feito o registro da dificuldade na pesquisa, vamos ao que encontrei. O Movimento Negro Unificado começou a se estruturar na década de 70 (provavelmente 1978), na negação da democracia racial vendida pela ditadura brasileira. Diz Nelma Monteiro, em texto de 21/08/2012:

“Os Movimentos Negros das décadas de 1970 e 1980, ao colocarem em suas agendas as denúncias de racismo institucional, de racismo à moda brasileira e da farsa da democracia racial, demarcaram um campo de força política imprescindível na conquista por direitos civis, políticos e materiais. Apesar do período de repressão militar, surgiu em São Paulo o movimento Negro Unificado (MNU) contra o Racismo – uma reação à ideologia dos militares que apregoavam e sustentavam a existência da democracia racial no Brasil.

No final da década de 1980, foi inequívoco o avanço dos Movimentos Negros em seu projeto político de denúncia do racismo institucional. É preciso lembrar a inegável contribuição desses segmentos que, com suas diferentes correntes e tendências, vêm contribuindo na construção de políticas afirmativas de valorização da população negra.”

É da década de 70 a origem do movimento Soul no Brasil, que tem como principal objetivo a valorização da cultura negra, a resistência cultural.

Recapitulando, então. Se o MNU surge ainda durante a ditadura e é dessa época um movimento de valorização da cultura negra (afora a cultura do samba já fazer o mesmo há mais tempo) para contestar a falácia da democracia racial dos governos militares, e já começa a se observar nas favelas cariocas (e baixada fluminense) e paulistas o extermínio sistemático de pretos e pobres “classificados” como marginais e bandidos, não é difícil concluir que mesmo que o tal AI com a determinação de que a imprensa não citasse “índios, esquadrão da morte, guerrilha, movimento negro e discriminação racial” não tenha existido oficialmente, ele existiu de fato.

Aliás, a grande imprensa precisava/precisa de um decreto para ignorar pobres, índios, negros e movimentos de insurreição (a não ser para caracterizar “vandalismo”) da ordem?

Um dos filmes, que salvo algumas alterações de fatos e datas, retrata as décadas de 60, 70 e 80 no Rio de Janeiro é Cidade de Deus de Fernando Meirelles. O filme que conta a formação da Cidade de Deus no início da década de 60 (e coincide com a ditadura) e os próximos vinte anos no local, dá uma ideia de como os negros eram tratados pelo Estado brasileiro e a pouca ou nenhuma atenção dada à violência específica de gênero. Sim, o elo mais fraco nessa corrente é a mulher negra e a falta de estrutura atual do Estado na atenção a sua discriminação específica denuncia que esse é um problema anterior à ditadura. Pode ter sido agravado, afinal a tortura praticada pelo Estado e seus órgãos de repressão que antes matava e desaparecia comunistas e “subversivos” hoje mata e desaparece negros e pobres. A abertura da Vala de Perus e o livro Rota 66 de Caco Barcellos apontaram isso. Os crimes sexuais cometidos na rabeira dessa onda maior de violência social e racial, tortura e constrangimentos nunca entraram nas estatísticas (relatos do movimento de mulheres do Rio de Janeiro que ouvi há poucos dias durante audiência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre Violência Contra a Mulher dão conta desses mesmos crimes nas favelas “pacificadas” pelo Estado).

A ausência de dados na minha pesquisa revela ainda algo mais grave. Como definir o desinteresse de pesquisar sobre mulheres negras no Brasil no período de 1964 a 1885? Para não dizer que não há pesquisa nessa área,  encontrei UMA pesquisa, de Karin Sant’ Anna Kössling na USP em 2007 sobre As Lutas Anti-Racistas de Afro-descendentes sob Vigilância doi DEOSP/SP.

Por fim, deixo um trecho da obra Fala Crioulo, de Haroldo Costa, onde o autor alertava: “cada vez que há um endurecimento, um fechamento político, o negro é atingido diretamente porque todas as suas reivindicações particulares, a exposição de suas ânsias, a valorização de sua história, desde que não sejam feitas segundo os ditames oficiais, cheiram à contestação subversiva”. 

Onde estavam as mulheres negras da ditadura militar? No mesmo lugar de hoje, renegadas à história e sem acesso aos avanços da ciência e da “modernidade”, relegadas a segundo plano inclusive dentro da esquerda e do movimento feminista, mas resistindo.

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Não Passará

Por Suzana Dornelles

Não é mais possível convivermos com a dor e o sofrimento daqueles que perderam pessoas tão importantes em suas vidas. Que achemos “normal” não poder enterrar um filho, um pai, um amigo…

Não é mais possível saber que essas pessoas podem estar morando no mesmo prédio dos algozes de seus entes queridos. Saber que assassinos foram promovidos e recebem em dia seus salários pagos com dinheiro público.

Não é mais possível encontrarmos torturadores na rua passeando com seus cachorrinhos, e vê-los comemorar um golpe que arrasou a democracia, a vida e a dignidade de um país.

Desarquivem o Brasil. Desenterrem esse passado que não passa… NÃO PASSARÁ…e que envergonha a todos nós.

Omar Amestoy e Alfredo Amestoy || Alfredo Amestoy; Omar foi sequestrado no primeiro dia do golpe militar argentino, em 24 de março de 1976, e morto dias depois

Omar Amestoy e Alfredo Amestoy || Alfredo Amestoy; Omar foi sequestrado no primeiro dia do golpe militar argentino, em 24 de março de 1976, e morto dias depois

 
 
 
Luiz Alfonso Linck, João Carlos Haas Sobrinho, Roberto Luiz Haas Sobrinho e Delmar Antonio Linck || Luiz Alfonso Linck, Roberto Luiz Haas Sobrinho e Delmar Antonio Linck; João Carlos atuou como médico militante no Araguai e foi dado como desaparecido em 1972

Luiz Alfonso Linck, João Carlos Haas Sobrinho, Roberto Luiz Haas Sobrinho e Delmar Antonio Linck || Luiz Alfonso Linck, Roberto Luiz Haas Sobrinho e Delmar Antonio Linck; João Carlos atuou como médico militante no Araguai e foi dado como desaparecido em 1972

Suzana Lisbôa, a mãe, Milke Waldemar, e Luiz Eurico Tejera Lisbôa || Suzana Lisbôa e a mãe, Milke Waldemar; Luiz desapareceu em 1972 durante o regime militar brasileiro e seus restos mortais foram encontrados em 1979

Suzana Lisbôa, a mãe, Milke Waldemar, e Luiz Eurico Tejera Lisbôa || Suzana Lisbôa e a mãe, Milke Waldemar; Luiz desapareceu em 1972 durante o regime militar brasileiro e seus restos mortais foram encontrados em 1979

 
 
As fotos são montagens a partir do trabalho “Ausencias” do fotógrafo argentino Gustavo Germano, com desaparecidos argentinos, inicialmente, e que depois se estendeu aos demais países da Operação Condor.

Post participante da VII Blogagem Coletiva #desarquivandoBR..

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VII Blogagem Coletiva #desarquivandoBR

Nossa luta é por justiça e pela preservação da memória dos mortos e desaparecidos. Para que se conheça, para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça.

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Está começando a sétima blogagem coletiva #desarquivandoBR
– 24 de março a 3 de abril –

Já faz quase um ano que a Comissão Nacional da Verdade foi empossada e está trabalhando. Ou seja, já sei foi metade do seu tempo regulamentar para dar conta de um período maior do que o da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985) e até agora pouco ou quase nada de relevante se apurou. Se estabeleceu entre os membros um rodízio na presidência da CNV, e já figuraram no comando geral Gilson Dipp, Cláudio Fonteles e recentemente assumiu Paulo Sérgio Pinheiro. Esse último, em recente entrevista, disse queas apurações da CNV permanecerão em sigilo até a entrega do relatório final em 2014 à presidenta Dilma Rousseff.

Sigilo? Numa comissão pública? Manter em sigilo um trabalho sobre o qual havia a expectativa de comoção do país e da opinião pública sobre os horrendos crimes praticados pelo Estado contra seus cidadãos, e dessa forma revertesse/compensasse o caráter não-punitivo da CNV? Isso é a comprovação de que nossas desconfianças e reservas quanto a CNV tinha razão de ser.

Entre as notícias recentes a mais chocante — do ponto de vista da possibilidade de chegarmos à verdade dos fatos da ditadura civil-militar — foi uma reportagem da Folha de São Paulo sobre ministérios — hoje, nesse governo — estarem retendo arquivos da ditadura militar (notem que a apuração e descoberta foi da imprensa, e não da CNV). No mesmo dia da publicação da denúncia, um domingo (03/03), o governo anunciou que encaminharia todo o material para o Arquivo Nacional. Três dias depois a FSP noticiou que arquivos de órgãos da ditadura estão desaparecidos. No dia 9 de março a Casa Civil entregou 412 caixas com os tais arquivos retidos ao Arquivo Nacional, mas negou o acesso aos documentos pela reportagem, que questionou: será que a Lei de Acesso a Informação é mesmo letra morta?

49 anos depois do golpe militar, a Comissão Nacional da Verdade, outras comissões públicas e da sociedade civil, bem como a Lei de Acesso a Informação ainda não deram conta dos cadeados que a democracia e seus meandros burocráticos colocaram nos porões da ditadura mantendo-os a salvo dos olhos do mundo e da luz da verdade.

Mais do que nunca a luta pelo desarquivamento do Brasil e pelo Direito à Verdade se faz necessária. É por isso que estamos começando hoje, 24 de março — Dia Internacional para o Direito à Verdade sobre Violações Graves de Direitos Humanos e para a Dignidade das Vítimas, a sétima blogagem coletiva #desarquivandoBR. Até o dia 3 de abril serão dez dias de esforço coletivo para lembrarmos os desaparecidos e mortos da ditadura, denunciarmos a omissão, descaso e iniquidade dos governos para com eles e sua memória, e para exigirmos justiça. 

Para participar da blogagem coletiva basta publicar texto, entrevista, poesia relacionado aos temas da blogagem (abertura dos arquivos, apuração e punição dos crimes cometidos pelo Estado, memória e justiça aos mortos e desaparecidos, revisão da Lei da Anistia) em seu blog e ao final linkar esse post convocatória e divulgar nas redes sociais. Quem não tem blog pode enviar seu texto para o email desarquivandobr@gmail.com que publicamos aqui, devidamente assinado.

Nos dias  31 de março e 1º de abril, aniversário do golpe militar, realizaremos tuitaço a partir das 21h e concentraremos esforços nas postagens também no Facebook. Acompanhem pelo perfil @desarquivandoBR e/ou pela hashtag #DesarquivandoBR no twitter e na nossa fan page no Facebook e coloque a marca da campanha no seu avatar.

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Edições anteriores do #desarquivandoBR:
Entrevista com Criméia Almeida e Suzana Lisbôa, em 12/01/2010 e a 1ª blogagem
Proposta da 
2ª blogagem
Balanço da 
3ª blogagem
Convocação da 
4ª blogagem e post final com todos os blogs participantes
Avaliação da 
5ª blogagem coletiva
Compilação da 
6ª blogagem coletiva.

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