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Ciclonau Chegou

Eles decidiram e fizeram valer seus direitos: Pedalar de SP ao Litoral.

A justificativa  e os principais argumentos:

1) art. 58 Cód Bras. de Trânsito fala que bike pode nos acostamentos ou na faixa de rolamente, sempre com prioridade.
2)Lei paulista é anterior ao Cód. Bras. de Tânsito  e é incompatível com a Const. Federal, por impedir o direito de ir e vir.
3) A concessionário não pode se beneficiar da própria torpeza. Se a legislação permite o tráfego de bikes, não é lógico aceitar que a concessionário não promova infra-estrutura e por isso alegue falta de segurança na via.
4) o artigo do Cód Bras. de trânsito que fala que é proibido bike em estrada fala em vias com uma única faixa de rolamento, o que não o caso da rodovia dos imigrantes.
leia abaixo o relato

A ciclonau chegou como uma navalha que corta os mares porem no nosso caso o asfalto.

Saimos 2:30h de Diadema eu mais três ciclopiratas e os grumetes.

Tiramos bem poucas fotos dua ou três, de Diadema até o km 20 da Imigrantes o tempo estava nublado porem a ameaça de garoa e a constante. Tanto é que em seguida fomos acariciados pelo spray cósmico vindo dos céus benção Divina. Seguimos felizes e contentes, a agua fluia ao redor de nossos corpos. Chegando ao pedagião apagamos aluzes dianteira e fomos no breu emoção pura. Logo adiante paramos no posto de gasosa para necessidades basicas.

E como de praxe sempre tem um curioso com um misto de espanto que pergunta se estamos indo para o litoral, daaaan é obvio, as pessoas desacreditam. A garoa neste ponto apertou, mas nada que atrapalha-se, seguimos no manto escuro da noite. Ao chegarmos no trevão da Anchieta decidimos ir por ele para evitarmos um confronto direto com os cops , quando acessamos o outro lado da via percebemos que o “chiqueirinho dos porcos” estava vazio seguimos adiante e um pouco mais à frente retornamos a pista sentido Santos para nossa surpresa a viatura estava logo à frente, paramos e decidimos retornar novamente ao outro lado da via.

O pneu da bike da marinheiro A furou isto quase em frente da viatura, porém sob intensa neblina, neblina esta amiga do ciclista. Decidimos substituir a camera para ganhar tempo, seguimos adiante e segundo a marinheiro as “brumas de Avalon” impediam a visão do CIcLopEs fora obstruida tornando-nos assim invisiveis. Foi então que um pouco mais à frente retornamos novamente e aí foi pedal pra que te quero tudo branco mais nevoa que garoa ,show.Uns três metros de visibilidade.

Sem medo de ser feliz estavamos em uma descida vertiginosa rumo aos tuneis a garganta do leviatã. Chegando na boca do mesmo só emoção eu na frente o Fabricio logo atras a marinheira logo em seguida e o marinheiro B na assistencia. Atingi 74km/h (achei pouco) mas o suficiente para apostar corrida com os carros que pareciam que estavam em camera lenta. O marinheiro A tava vindo de boa quanto a marinheira estava preocupado. Entre um tunel e outro spray pra refrescar. A descida vertiginosa fez até a roupa secar. Pedala, pedala e nada de chegar na cloaca do leviatã. Por fim cheguei na garganta com receio de encontrar viatura, mas que nada saí dos tuneis gritando CHeS,CHeS,CHeS,CHeS. mais à frente parei e esperei o marinheiro A com a cara toda suja, muito engraçado, e para minha surpresa maior a marinheira em terceiro toda contente. Levantamos as bikes e os motoristas que passavam buzinavam. O marinheiro B foi o roda presa, estavamos preocupados mas não era lerdeza não pois o marinheiro B é “pedreiro” era apenas cautela fechamos com chave de ouro com uma vista maravilhosa sem neblina e sem garoa só nublado.

Continuamos o pedal sossegadamente, levamos aproximadamente de Diadema até o final dos tuneis 1h45 no pedal. Totalizando com as paradas 2:30h.

Fomos rumo a casa da Matriarca do marinheiro B em São Vicente chegamos 8:00h.Depois do café dormimos feito “anjinhos”.

Acordamos almoçamos e como você não estava não preparamos o churrasco de picles mas a churrasqueira veio.

Um abraço de todos.” ( pós relato inicial: quando fomos até o guichê para comprar passagens na Av Itararé por volta de 17:35h uma galerinha de seis ciclista equipados também colou para comprar passagens.Perguntei para eles se tinham vindo pela manutenção, afirmaram que sim, e disseram que tinha mais pessoas descendo. Pois bem retornariamos no mesmo busão isso já seriam 9 bikes no busão (o marinheiro A teve que retornar bem mais cedo) quando chegamos um pouco mais à frente onde pegariamos o busão saco do celular e vejo uma mensagem: “você me ligou”. Era o O. Ogro, não se passou três minutos e como num passe de mágica eis quem aparece, ele O Ogro a marinheira  soltou um grito, (de susto) rsrsrs. O mesmo tava morto de cansaço mas veio pela manutenção, e se você pensa que acabou por ai? Não eis quem estavam com ele, T., D., C., M. (um carinha que sempre guarda a bike dele junto com a minha no CJN) o onibus foi lotado de bikes 14 no total muito massa cara. Busão Critical Mass.)

 

leia mais

Massa Crítica Surreal ( clique aqui )

Legislação Federal e Estadual/SP( clique aqui )

 

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Buenos Aires

Leia o relato do compaX Terrorista Latino:

A cidade é linda e perfeita para andar em bicicleta. É plana, tem vários lugares com bicicletário e ciclofaixas em várias avenidas importantes.

Dicas?

Foto: Pedro L. RAOTA

Vamos lá… Eu conheci a cidade toda a pé e de metrô, já que a passagem é muito barata ($1,10 que dá pouco mais de R$0,60 eu acho), mas de bicicleta a coisa fica ainda mais fácil. Bicicletas por todos os lados e amarradas em todos os postes!

O museu do Malba é imperdível, o centro cultural da Recoleta tem coisas legais às vezes, o bairro de San Telmo é muito charmoso e de Domingo é um passeio imperdível. Ali perto está a famosa Boca com suas casinhas características (eu ainda acho “cenográfico” demais, mas mesmo assim vale a visita). Puerto Madero é um bairro moderno com ruas largas, praças e parques junto ao Rio de la Plata, e ali perto está o Parque ecológico que dá uma outra vista de Buenos Aires ao lado do Rio de la Plata.

Seguindo a avenida pelo porto, e passando pelo aeroparque, você terá uma bela visão desse imenso rio de cor marrom. A outra margem é tão distante que parece o mar. Aliás, a cor das águas é marrom por ser uma mistura de água doce e salgada pois ali é onde o rio se encontra com o mar.

Tenho um amigo vegan em Bs As que me levou um dia para comer em um restaurante vegan de um chinês na região do Congresso. Ele me disse também que em Belgrano existe uma região como a Liberdade, e que lá tem uma variedade de restaurantes que servem comidas chinesas e vegetarianas. Vou conversar com ele para me passar os endereços.

(…)

foto: RAOTA

Ali na região da Avenida Santa Fé, está a Livraria El Ateneo Grand Esplendor, que é algo como nossa livraria Cultura mas construído em um teatro antigo. O palco é o Café, muito bonito! Ali perto também está a galeria Bond Street que se assemelha a nossa galeria do Rock ou com a Ouro Fino.

Palermo é como a Vila Madalena. Tem lojas elegantes e bares para passar a noite, a maioria das coisas lá são caras mas vale a pena conhecer o bairro que é dividido em dois, Palermo Soho e Holywood (a parte mais chique e a mais “cult”).

Em Palermo está o Jardim Botânico, o Jardim Japonês, e El Rosedal que são lindos!

Perto de Buenos Aires existe uma região chamada Delta del Tigre, com muitos lagos e parques. Para chegar a essa região que fica no Delta do Rio Tigre você pode ir de trem saindo da Estação Retiro. É pertinho, demora uns 30 minutos e o caminho é bonito. Me disseram que ir de bike é uma boa opção, mas não sei bem como chegar lá.

Se quiser ir um pouco mais longe pode tomar o Buquebuss ali em Puerto Madero e cruzar o rio de la Plata para chegar no Uruguay. A 3 horas está Colonia del Sacramento que é uma cidadezinha que preserva suas características coloniais. Um pouco mais longe dali está Montevideo, se estiver no pique de conhecer tudo!

Bom, eu costumo andar demais por lá até a noite.

A. C.

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5 dias na estrada

Antes da partida, a prosa com o Biker Reporter Felipe Aragonez, sobre o projeto CicloVeg:

Dia 1

No dia 26 de Dezembro de 2010, as 06h20 da manhã, teve início o pedal do Cicloveg, saindo da ponte do Piqueri em São Paulo-SP rumo ao encuentro de liberacion animal, na Bolívia.

Nove pessoas participaram do primeiro dia de pedalada acompanhados por mais um colega ciclista, Rafael Rodo, que seguiu de fixa com o grupo por aproximadamente 40km antes de retornar a São Paulo levando consigo o bom tempo.

As 11h20, após pedalar por 55km, o grupo parou para almoçar, onde cozinharam em um posto de gasolina a beira da estrada, arroz com lentilha e tomate seco.

Descansaram um pouco e as 14h40 seguiram pedalando por mais 50km até Boituva onde dormiram no sítio do amigo de um dos participantes.

Durante o dia, um dos participantes começou a sentir dores no joelho e é uma dúvida se seguirá pedalando. Aproximadamente 60% do percurso do dia foi feito sob chuva e o fato marcante é que em toda parada há sempre um cachorro a espera e interagindo com o grupo.

Janta: petiscos diversos, castanhas, soja etc.

Estatísticas:

10 pessoas

5 camaras furadas

11h de pedal

2 tombos leves

1 joelho machucado ferimentos.

dP: 110km +-5%

dT: 110km +-5%

Dia 2

Acordamos as 5h da manhã porem entre organização de material, manutenção de bicicletas,  café da manhã e acompanhar o Fabio até a rodoviária de Boituva,  só voltamos a estrada as 11h da manhã.

Pedalamos até as proximidades de Cesario Lange, no km 143, quando paramos para almoçar um delicioso e mega ultra picante “Britney de maça” (tentativa de chutney do Gledson) acompanhando o tradicional Arroz com Lentilha. Paçocas na sobremesa.

Ao contrario do dia anterior, o Sol veio com tudo, acabando com nossa sombra e água fresca. Retornamos à estrada aproximadamente 17h e seguimos até Torre de Pedra.

Enquanto decidíamos se dormiríamos ou num posto de gasolina ou na praça, fomos abordados por um morador que conversou com um vereador que estava próximo e este conversou com o seu tio que prontamente nos recebeu cedendo o quintal para passarmos a noite e ainda nos fez um delicioso café.

dP: 71km +-5%

dT: 181km +-5%

dia 3

Saímos de Torre de Pedra as 7:30 e seguimos por uma estradinha de terra que além de muito bonita e tranquila, nos deixou 5km a frente do trevo onde entramos no dia anterior.

Paramos para almoçar no último posto antes do início da serra de Botucatu onde cozinhamos macarrão com molho de tomate e ervilha, além de nos divertimos aprendendo a Língua Brasileira de Sinais e aulas de flauta. O local era quase um oásis, pois ficamos num gramado sob as árvores, num estilo cycle hippie.

Toni e Thiago sairam 1h antes, pois queriam pegar logo a chave da república onde passaríamos a noite, enquanto o restante do grupo iniciou o pedal aproximadamente as 17:30.

A subida da Serra, sem dúvida, foi um martírio para todos. Parecia interminável, sendo necessária uma pausa no serviço de atedimento ao usuário, para que todos descansassem um pouco.

Chegamos na república as 22h. Devido ao cansaço coletivo e restrição de alimentos, compramos uma batata-frita, polenta, e aipim fritos, além de cozinharmos arroz integral. Como o Thiago e a Isa iriam para Rio Claro, fez-se uma despedida com direito a uma garrafa de vinho dividida para todo o grupo.

dP: 74km +-5%

dT: 255 +-5%

dia 4

Como o grupo encontrava-se cansado, todos acordaram tarde e após algumas divagações sobre o horário de partida, optamos por tirar o dia de descanso aproveitando tudo o que a república tinha a nos oferecer, e assim lavamos as roupas, cozinhamos e descansamos um pouco mais.

O cardápio do dia foi um Gaspaccio, arroz integral com azeitonas, castanha-do-pará, quinoa e sementes de girassol, e de sobremesa banana com xerém, coco ralado e melado à base de milho. Para o lanche, tivemos um pão caseiro com tomate seco, azeitona e castanha-do-pará.

No final do dia, passeando pela cidade, comemos um açai e encomendamos para a janta umas pizzas veganas, num local que se prontificou a fazer a massa sem ovos. Durante este passeio, conhecemos o Fernando, que tocava violão na praça e durante a conversa, descobrimos que ele também é ciclista e vegetariano. Iria se unir ao grupo para nos acompanhar no dia seguinte até Bauru.

dia 5

Com o grupo descansado do dia anterior, partimos as 6:30. O Fernando, que haviamos conhecido no dia anterior, nos esperava em frente a república. A manhã estava fria e o sol ainda fraco permitiu um ritmo um pouco mais forte que o dos dias anteriores.

Na SP300, após uns 15km, um menino apareceu ao nosso lado perguntando para onde estávamos indo, ele disse que também iria para lá. Chamava-se Matheus e tinha apenas 16 anos. A nova geração do cicloturismo.

cont…

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Entrevista-depoimento com/da MIOSÓTIS

#fimdaviolenciacontramulher :

entrevista-depoimento  ativismo online

” Nome fictício: Miosótis (é uma flor.)

Situação: 19 anos, sem emprego, sem filhos, e sem relação com o agressor.

Relato da violência: Estava voltando para casa (4 km de caminhada a 4 anos) quando ao terminar de atravessar uma das ruas, um carro bateu em mim. O meu antebraço ficou encaixado no carro (meu corpo ficando em cima do capô) até ele parar, mais ou menos uns 100 metros do local da pancada. Depois, vários motoboys me ajudaram ligando pra minha família e depois ligaram para a SAMU. Estava muito mole e tentando recobrar a memória, mas ainda não estava sentindo dor alguma. Por alguma razão, que ainda tento entender, não quis processá-lo. Ele pedia muitas desculpas, mas continuava com um discurso de que eu também estava errada por estar a pé, por estar sozinha e estar andando à noite. Total imbecilidade. No hospital, apesar de terem tirado Raios-X do meu corpo, disseram que eu não havia quebrado nada. Uma semana depois voltei por sentir dor no antebraço, aí descobri que estava quebrado. Depois disso tudo fui a um hospital particular e engessei o braço e fiquei uns três meses achando que o osso iria calcificar, mas não havia jeito. Depois de quase cinco meses depois do acidente (até marcar e fazer todos os exames demora…), tive que fazer uma cirurgia de enxerto de células ósseas, do meu próprio quadril. Depois fiz um mês de fisioterapia e o braço parece bem melhor.

Situação do processo: Não o processei, mas ainda estou juntando as coisas para receber o dinheiro do seguro obrigatório do carro, que cobre acidentes, o DPVAT.

Opinião da vítima sobre o atendimento recebido: o posto de saúde falhou muito ao me mandar para casa com o antebraço quebrado sem eu saber. Isso agravou o estado do meu antebraço, pois se soubesse na hora, daria para colocar o antebraço no lugar e não perderia todo esse tempo com dor.

De que forma a violência contra a mulher te atingiu/atinge?
Hoje, vejo a agressão que sofri com um atentado a vida, com justificativas machistas. Hoje, não sofro violência física, mas psicológica, às vezes, como provocações quando caminho onde tem avenidas movimentadas, e antes quando pedalava.”

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Quando falo em assédio

#fimdaviolenciacontramulher :

Abaixo a reflexão da Diana, sobre assédio nas ruas:

” Pois então, a que me refiro quando falo em “assédio”? A resposta é bem ampla, e vai desde estupro até os mais “inocentes” assovios bem conhecidos por qualquer mulher que transita nas ruas desta e outras grandes cidades. Mas minha intenção agora é focar nessa segunda maneira de assédio, que me preocupa justo por ser tão comum, ter relativa aceitação social e por sua falsa aparência inofensiva.

Tais assédios expõem a mulher publicamente, independente de sua vontade, e a coloca numa situação constrangedora, quando não humilhante. O espaço individual é violado ao momento em que ocorre uma interação forçada. Alem do que, declara que  a pessoa abordada é um objeto a ser utilizado pelo outro. Trata-se de um objeto sexual, e nada mais.

Seguindo essa linha de pensamento, não fica difícil entender porquê o assédio nas ruas pode ser um dos motivos pelos quais há menos mulheres do que homens pedalando. Como pode alguém se apropriar tranquilamente de um espaço no qual não se sente à vontade, onde há o risco de ser constrangida a quase qualquer momento? Sobre a bicicleta isso parece mais difícil ainda, já que ciclistas destacam-se visualmente. Alem, é claro, de chamar atenção pela  imagem “excêntrica”: a mulher pedalando se mostra forte e corajosa ao encarar certas avenidas movimentadas, atitude não muito esperada do tal “sexo frágil”. Parece papo de décadas atrás, mas, acreditem, esse valor ainda está vigorando fortemente hoje em dia.

A mulher sair de casa sozinha e ir trabalhar já não é novidade; entretanto, quando pisa a rua, comumente é tratada de maneira hostil, como não pertencente ao espaço público –  “se o faz, é por sua conta e risco”, como citado nesse artigo –  ainda relegada ao espaço privado, à proteção do lar ou mesmo do local de trabalho, mas não à rua.

A esfera privada – seja a casa ou o carro – oferece uma (questionável) sensação de privacidade e segurança que não se tem no ônibus, na calçada, nem sobre a bike. E isso tudo é somado à vigente carrocracia, opressora a qualquer ser não motorizado. É de se esperar que alguem queira alienar-se de um mundo que lhe parece hostil.

(acima, video da campanha Stop Street Harassment)

O medo tambem é um fator de peso nessa história toda. Dependendo da abordagem, algumas mulheres podem se sentir ameaçadas. A propósito, uma pesquisa mostra que é comum estupradores provocarem verbalmente uma vítima potencial para avaliar se ela reagiria a um ataque físico. Seria exagero dizer que um mero “ê, lá em casa” pode soar como uma ameaça para uma pessoa que a maior parte dos dias é publicamente afirmada como objeto sexual? Por mais clara que seja a não-intenção de que a ameaça seja efetivada, uma “brincadeira” dessas não é brincadeira.

Tá. Diante disso, o que fazer?

Podemos começar pela conversa com amigos homens. Muitas vezes pessoas queridas têm dificuldade em se colocar no lugar dos outros, não sabem o quanto algumas atitudes são violentas e prejudiciais. E cabe a nós ajudá-los a entender. Contar como se sente, mostrar que isso não é bacana…

Para o momento do assédio, há uma série de dicas aqui. Eu geralmente respondo, diferentemente da maioria das mulheres, que prefere apenas ignorar. Por um lado, entendo que essa é uma postura conivente com a violência; por outro, às vezes é melhor se preservar, e desenvolver um trabalho emocional para se deixar atingir o mínimo possível, já que não há como criar uma barreira absoluta que não seja sair da rua. Mas sair da rua não é uma possibilidade, nem um desejo, nem seria uma solução.

Não vou me inibir em ir para onde e como quero. Deixar de sentir os espaços, ver os detalhes, ter acesso à cidade sem precisar de motor nem dinheiro está fora de cogitação. Esconder não vai ajudar em nada, pelo contrário. Aliás,  sabe aquele papo de “não pedalar pelo canto da rua, e sim próximo ao centro da faixa”? Pois é, isso é se impor, é tomar o espaço que é seu! Essa postura é importantíssima para uma mulher que pedale ou mesmo caminhe pela cidade. É não se deixar inibir; é dizer, com o corpo, “Estou aqui e não vou me desviar tão fácil”. A rua é nossa!

Diana

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Reflexões sobre os insultos de raiz

#fimdaviolenciacontramulher :

Abaixo a reflexão da Dri, sobre insultos de raiz:

“(Recentemente ouvi alguns insultos no trânsito, como ciclista e como pedestre, e fiquei me questionando em que tipo de realidade vivem essas pessoas que acham normal esse ato de agressão gratuita, que por vezes mais parece uma demonstração angustiada e, sobretudo, distorcida de sua própria impotência.(…)

O insulto de raiz é uma prática lúdico-terapêutica, que consiste em descontar as frustrações da sua vida ou em expressar seu ódio ao outro, ainda que um completo desconhecido, a partir da segurança de seu veículo motorizado. Privilegia-se aqui a ação ágil, gratuita e impune. Os mais ousados, normalmente em bando, chegam a colocar sua cabeça para fora do veículo, com um ganho significativo nos quesitos intimidação e projeção de voz. Aos mais tímidos é permitido o insulto sem contato visual, sendo ainda possível recorrer à proteção das janelas com insulfilm.

A prática, que não vingou nas cidades de interior – onde o número reduzido de habitantes e embaraçosos encontros no coreto comprometiam a impunidade –, encontrava nas regiões de urbanização intensa seu local privilegiado. Encontrava. O insulto de raiz, que antes corria de pés descalços pelas ruas, ricocheteando nas velhinhas que insistem em morar na calçada oposta ao mercado, agora se vê perigosamente limitado pelo crescimento urbano. A cidade já não oferece mais um sítio totalmente seguro para essa prática.

Com as ruas cheias de carros são cada vez mais frequentes os encontros com os insultados no farol fechado ou na próxima esquina obstruída, comprometendo a inconsequência do ato. E mais: aumenta significativamente o número de cidadãos que não reconhecem nessa prática seu valor tradicional – ah, plebe ignóbil! -, e se acham no direito de reclamar quando são vitimados por um insulto de raiz. Proliferam, assim, os conflitos cotidianos, e a prática, até então inofensiva, passa a oferecer riscos ao insultador. Por vezes ele é constrangido a assumir a autoria e mesmo responder por suas palavras.

Barrados por violentas convenções de trânsito – o que são os semáforos se não a demonstração do braço coercitivo do Estado em sua atividade constante de desmanche do patrimônio cultural? – e pela coincidência – que outro motivo poderia explicar as ruas que eu uso sempre estarem lotadas com outros carros exatamente no horário que eu preciso? – os adeptos ao insulto de raiz se encontram em uma situação insustentável. A que tipo de humilhação ainda se verão expostos aqueles que tem coragem de preservar essa prática? Até quando o Estado manterá sua postura passiva, sem desenvolver um projeto sério para viabilizar a manutenção dessa tradição?

Até que tenhamos as respostas para essas perguntas, acredito que a prática do insulto de raiz continuará cada vez mais arriscada. Por isso deixo aqui minha solidariedade aos que ainda tem coragem de lutar por seu direito à cultura e um conselho singelo: invistam na cara de pau, pois fica muito feio não estar preparado ou fingir que fala no celular, desligado, quando aquela garota ou aquela senhorinha batem no vidro para pedir uma satisfação.”

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Vaaaaaai coisa gostooooosa

#fimdaviolenciacontramulher :

Abaixo, o relato da Marina Chevrand, no blog das pedalinas.

Assédio no trânsito não é assunto novo por aqui. Agressões verbais todas nós, mulheres que pedalam, provavelmente já sofremos.

Mas vem cá, ja imaginou estar subindo uma avenida (a sumaré, no caso), em pleno domingo, feliz e contente por  ter poucos carros na rua, e perceber que um carro reduz a velocidade e sentir uma palmada bem dada na bunda seguido de um “vaaaaai coisa gostooooosa” e várias risadas de um bando de playboys?

Nunca imaginou? Nem eu. Mas isso aconteceu comigo, mas o carro preto de placa 2416 e a cara do mauricinho orgulhoso de seu ato machão-ogro de camisa amarela olhando e rindo de mim no retrovisor, eu nunca vou esquecer.

Pra mim, um cara que faz algo desse tipo, é o mesmo que estupra e bate na mãe. O caráter (zero) e a certeza de que o mundo gira em volta do seu pinto são características comuns a esses seres desprezíveis.

Poderia fazer uma lista do que senti ao tomar o tapa: ódio, vergonha, humilhação, revolta, raiva, etc, etc, etc. E todos esses sentimentos juntos me deram forças nas pernas para pedalar na velocidade maior que eu pude com o intuito de alcançar o 2416, 2416, 2416 – repetia para mim mesma.

Rá! Lá estavam eles, distraídos e cantando esperando o sinal verde. Cheguei devagarzinho sem ser percebida pela direita. Com muita vontade, cuspi e vomitei na cara do de amarelo, arremesei-o para fora do carro, chutei bem no meio do seu saco. Não tive pena da sua cara de pavor, me pedindo peloamordedeus para parar. Não parei. Seus amigos-super-machões, se envergonharam do amigão que dá tapas em bundas de mulheres estar apanhando de uma de suas vítimas, e fugiram, deixando-o para trás.

Obviamente esse é o final que minha criatividade alimentada de ódio e revolta produziu.

O final real é bem diferente disso: Infelizmente (ou felizmente) todos os sinais estavam abertos, não tinha congestionamento e os perdi de vista. Me recolhi no meu suor e humilhação e engoli seco para conseguir terminar o dia sem matar um.

(…)

Desculpem o relato meio pesado para uma segunda feira. E sorte pra todas nós, que vamos pedalar muito ainda durante toda a semana. Que pessoas como essas não cruzem nosso caminho e não estraguem nosso dia (e muito menos nossa dignidade).

Marina Chevrand

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“não quero papo” ou “vá se f*”

#fimdaviolenciacontramulher : Cotidianamente, sofrem toda a sorte de violência nas ruas de nossas cidades. Leia abaixo o relato da Evelyn.

Desculpas…

Não é fácil ser ciclista mulher no trânsito dessa cidade. Não é fácil mesmo. Além de todos os problemas como falta de espaço, falta de respeito e educação, a mulher ainda enfrenta uma coisa horrível chamada assédio, e que, na minha opinião, beira a um dos mais baixos e sujos tipos de desrespeito a uma pessoa.

Quase todo o dia tenho que me conformar com um “aí sim, hein?!” (esse já virou clichê!), “oi princesa”, “que coisa linda”… e por aí vai. Até aí eu aguento e se estou em dias bem humorados, até dou uma risada simpática como resposta. Outras vezes mostro aquele dedo para dizer “não quero papo” e outras grito um sonoro “vá se f*” e sigo pedalando. Mas, uma hora a gente perde todo o tipo de paciência. E a minha hora chegou hoje.

Nove horas da manhã, indo para o trabalho, na Rua Simão Álvares, entre as ruas do Pinheiros e Arthur Azevedo, em uma subidinha me aparece uma kombi escrita Horti-Fruti com quatro rapazes dentro. O passageiro do banco da frente enfiou o rosto para fora para jorrar algumas frases obscenas que não tenho coragem de repetir aqui. Eu poderia seguir o meu caminho, estava atrasada, pra quer dar atenção a estes cabeças de bagre? Mas hoje a minha tolerância se esgotou.

Obviamente, segundos depois dos desaforos, o semáforo fechou, a kombi parou no trânsito e eu passei por eles novamente. Mais frases impossíveis de engolir. Com toda delicadeza, parei a minha bike bem em frente a kombi, desci dela, abri a minha bolsa, peguei a minha chave, destravei a minha U-Lock do quadro, tranquei ela novamente, mas agora segurando-a em minha mão, virei para o cara da kombi, mostrei a U-Lock e perguntei:

“Quer perder o retovisor?!”.

Claro que ele disse NÃO!

Então pede desculpas

Desculpas (sorriso cínico, mas muito cínico no rosto)

Pede desculpas sem esse sorriso cínico

Desculpas (com o sorriso cínico na cara)

[detalhe… o trânsito todo esperando!]

Se você não tirar esse sorriso cínico da cara eu vou estraçalhar esse vidro da kombi.

[Aí o motorista interviu]

Como assim moça?! Vai destruir nossa kombi?! Pelo amor de Deus não faz isso, desculpa, desculpa, desculpa…

O safado que tinha falado as obscenidades ficou perplexo. O sorriso cínico sumiu e virou uma verdadeira cara de espanto e medo.

Ela dizia “desculpa, pelo amor de Deus, essa kombi é do trabalho, não quebra o vidro não, desculpa”. E pra melhorar, parou um motoqueiro do meu lado pra saber se estava tudo bem e se eu precisava de ajuda. Aí os caras ficaram com mais medo.

Eu dei um sermão nesses idiotas, falei, gritei, esbravegei que isso era para eles nunca mais insultarem uma mulher na vida deles.

O idiota ainda replicou dizendo que falou aquilo porque me achava linda, estava me elogiando e ainda completou “mas também agora pra mim você é feia!”. E eu continuei gritando, disse pra ele que elogio de gente do tipo dele pra mim é ofensa, tenho nojo, e que se ele não calasse a boca ele ia perder o vidro.

Ele ainda disse mais desculpas, que eles eram trabalhadores, não mereciam estar passando por isso… e eu disse “também sou trabalhadora e também não mereço passar por isso”. Fui embora pedalando a mil por hora, com sangue nos olhos, com a revolta expressada em todos os meus movimentos. Tive que parar por alguns minutos para refletir sobre tudo aquilo, sobre toda aquela raiva.

Comecei a pensar nos olhares assustados destes caras da kombi, como se eu fosse uma pessoa armada, prestes a cometer um crime. E, realmente, eu estava armada. A U-Lock ali cumpria a mesma função que uma arma, um revólver. Mas quer arma mais dolorosa do que as palavras? Do que a falta de respeito? Isso é o que mais me machuca.

Sou contra atitudes agressivas. Não gosto disso. Mas também não consigo ser conivente com tamanha falta de respeito. Esse cara da kombi não desrespeitou só a mim. Desrespeitou a minha família que me educou, desrespeitou o meu namorado, desrespeitou a família dele, quem sabe até, a esposa e os filhos dele?!  Tá difícil engolir tamanho desaforo!

Já subindo a Teodoro, mais calma e concetrada no esforço físico e no trânsito, um carro passou bem pertinho de mim. Fiquei pensando “lá vem”. E veio um motorista homem, bem devagarzinho, que falou: “acompanhei tudo desde lá de baixo, você fez muito bem!”. Agradeci, ele foi embora, e fiquei contente em saber que mais pessoas reprovam a atitude do cara da kombi. Não que a minha estivesse totalmente correta.

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迷惑

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Centro da cidade de Sorocaba.


“Mulheres de meia-idade

As pessoas que eu mais detesto na rua são as mulheres de meia-idade: aquelas entre 40 e 55 anos de idade. São as piores pessoas do Japão. A partir das 4h da tarde, elas começam a sair de casa (de bicleta) para fazer compras no supermercado.

Invariavelmente, elas regulam o banco da bicicleta para uma altura que os seus pés não alcançam o chão. Quando vão estacionar, em vez de ir um pouco para o canto da calçada, elas vão reduzindo a velocidade no meio da calçada mesmo e, de repente, saltam da bicicleta! Quem vem vindo atrás que dê um jeito de desviar.

Quando elas vêm em sentido contrário, o incômodo não é menor. No Japão, os carros da rua e até as pessoas em lugares muito movimentados, andam no lado esquerdo da rua ou das calçadas. É uma convenção, que, obviamente, aplica-se às também às bicicletas. Mas as mulheres de meia-idade, que nunca dirigiram na vida, não têm consciência disso. Eu venho pedalando tranqüilamente pela esquerda e quando me deparo com uma dessas, ela fica me olhando sem saber para que lado vai. Eu não mudo a minha direção, porque eu é que estou certo. Até chegar uma distância que, se os dois continuarem, inevitavelemente se baterão de frente. Eu freio e a véia do outro lado salta (lembre-se da altura do acento). Parece engraçado, mas é bem estressante.

Finalmente, as mulheres de meia-idade chegam ao seu destino: o supermercado. São as piores caras do Japão. Todas de mal-humor, jogando as compras nas suas cestinhas. Não é como no Brasil, onde as madames vão passear no supermercado empurrando seus carrinhos, analisando os produtos, aproveitando a sua vida boa de dona-de-casa. Na hora de pagar, é que elas fazem a cara mais feia, principalmente se tiver fila no caixa. Nessas horas, as brasileiras sempre encontrarão uma amiga para conversar enquanto esperam, ou estarão escolhendo algum produto nas gôndolas próximas, sem estresse. As mulheres de meia-idade japonesas, não. Uma vez eu comentei sobre isso com um amigo japonês. Ele disse que elas fazem aquela cara porque elas não estão lá a passeio. Elas estão trabalhando! Elas são donas-de-casa e o trabalho delas é ir ao supermercado às 4h da tarde.

De fato, a cara que elas fazem não é só um pouco pior do que a dos homens engravatados que andam no centro da cidade durante o dia.

Acréscimo

Eu acho que esta é a quinta vez que eu edito este arquivo. Da última vez tive que apagar uma parte porque eu não conseguia lembrar um exemplo de coisas que eu não gosto e que as mulheres de meia-idade fazer no supermercado. Anteontem aconteceu uma situação que eu acho que ilustra bem o que eu quero dizer.

Anteontem, quando eu voltava do trabalho, por volta das 8h30min da manhã, parei numa loja de conveniência para comprar um sanduíche. Quando chegou a hora de pagar, eu não conseguia achar a minha carteira (eu tinha colocado dentro da mochila). Atrás de mim estava uma mulher de meia-idade. Me desloquei um pouco para o lado no balcão para dar espaço para ela enquanto eu procurava a minha carteira. A mulher colocou a cestinha dela, onde tinha apenas uns 10 potinhos de iogurte, sobre o balcão.

Após eu estar procurando a carteira por uns 30 segundos, a mulher, que agora estava ao meu lado, olhou para a moça do caixa e disse “Será que não dá pra fazer mais rápido? A moça do caixa ficou paralisada, sem saber o que fazer. Ela tinha que fechar a minha conta antes de atender o próximo da fila e não podia pedir para eu fazer mais rápido (e estava bem claro que eu estava fazendo o mais rápido que eu podia), nem me fazer esperar ela atender a mulher primeiro. Eu olhei para a cara dessa mulher e ela fez de conta que eu nem estava ali, como se o problema fosse entre ela e a moça do caixa. Odiei aquela mulher.

Estou criticando a atitude da mulher, mas ela tinha a sua razão para estar irritada. Uma das coisas que os japoneses não gostam é que lhes façam esperar. As empresas têm consciência disso e criam sistemas e treinam seus funcionários para que os clientes sejam atendidos no mínimo tempo possível e o mais rápido possível. Eu também estava errado, pois deveria estar com a minha carteira na mão antes de chegar no caixa para evitar de causar meiwaku aos outros.

Apesar de os funcionários serem treinados para atender rapidamente, como é caro manter um funcionário (os salários são relativamente altos), as empresas também ajustam o número de funcionários para o número mínimo necessário. Nas lojas de conveniência, na maioria dos horários, há apenas dois funcionários. Essas duas pessoas são responsáveis não só pelos caixas, mas também pela limpeza do piso, troca de sacos de lixo, controle de estoque, reposição de mercadorias, preparo de alguns salgados quentes e possivelmente outras coisas que eu não sei. É comum, ao chegar numa loja dessas, não ter ninguém no caixa. Ao aproximarmos do balcão, o funcionário que está passando pano no chão ou repondo mercadoria, etc. deixa o que está fazendo e corre até o caixa para atender o cliente.

Todo mundo sabe que as lojas de conveniência funcionam assim, mas as mulheres de meia-idade parecem não entender e apreciar o esforço dos funcionários de supermercados e lojas de conveniência. Que raiva!

Adriano Dal Bosco

Outras fotos de Sorocaba:  aqui

Leia mais “sobre o Japão e os japoneses”:  aqui

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迷惑

Meiwaku é uma palavra japonesa que é definida pelo dicionário como incômodo.

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Quarta filmográfica

Depois da folia carnavalesca (alguns foram pedalar por estradas distantes e outros aqui ficaram) , diz a tradição, que na quarta-feira de cinzas é o dia de se preparar para a quaresma:  pedalar durante 40 dias, faça chuva ou sol.

Nos preparativos, um filme premiado: As bicicletas de Belleville.

bevillle

Sobre:

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CicloCarnaval:

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– Ecologia Urbana – Bons ( e ruins) ) exemplos

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