Finalmente o Guia de Cicloturismo Estrada Real – Caminho Velho está em nossas mãos.
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Infância
Infância
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras.
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala – nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.
Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
– Psiu…Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro…que fundo!
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
Carlos Drummond de Andrade
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Nossa Cidade
Irmãos, cantai esse mundo
que não verei, mas virá
um dia, dentro em mil anos,
talvez mais… não tenho pressa.
Um mundo enfim ordenado,
uma pátria sem fronteiras,
sem leis e regulamentos,
uma terra sem bandeiras,
sem igrejas nem quartéis,
sem dor, sem febre, sem ouro,
um jeito só de viver,
mas nesse jeito a variedade,
a multiplicidade toda
que há dentro de cada um.
Uma cidade sem portas,
de casas sem armadilha,
um país de riso e glória
como nunca houve nenhum.
Este país não é meu
nem vosso ainda, poetas.
Mas ele será um dia
país de todo homem.”
Carlos Drummond de Andrade
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Pedale sem fome e sede
“Saudade é um pouco como fome.
Só passa quando se come a presença.
Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco:
quer-se absorver a outra pessoa toda.
Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira
é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.”
Clarice Lispector
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Quase 10 km
Na Europa, projeta-se 60.000 Km de Ciclovias, principalmente para a o cicloturismo – a EuroVelo.
Aqui em Terras Brasilis, prefeitos em suas cidades, articulam ações isoladas em prol do uso da bicicleta(ciclovias, ciclofaixas, plano cicloviário, etc). Em Pindamonhagaba,( cidade considerada amiga das bicicletas) margeando a estrada municipal, que liga a cidade à Aparecida, temos quase 10 km de ciclovia.
Placa indicativa, talvez a única em toda a ciclovia
Um pouco de cuidado com o piso de rolagem e sinalizações de solo, não fariam mal nenhum aos cidadãos que utilizam um veículo não poluente.
p.s. Quem sabe a Ecovias e a Artesp, possam se inspirar nessa pequena ação municipal.
Sobre as ciclovias, leia:
– Operação Pomar 2.0 – “O seu Serra”, a ciclovia tá pronta, libera aí vai!!!
– Grupo incentiva uso de bicicletas na capital
– Como mudar a cultura de mobilidade de uma cidade
– Debate sobre a malha cicloviária
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Tinha um SUV no meio do caminho
Vamos lembrar o C.T.B.: artigos 181 e 193, respectivamente estacionar o carro sobre a calçada/ciclovia (infração grave, sujeita a guincho) e andar por cima dela (infração gravíssima).
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Oia o trem
Ele chegou no século XIX, na esteira modernização capitalista de nossa agricultura cafeeira. Era necessário, para o rápido escoar da produção das fazendas de café do Vale do Paraíba fluminense e paulista.
As décadas se passaram, de economia agrícola o país industrializa-se rapidamente( para não dizer tardiamente), as estradas de ferro com bitolas largas, foram substituídas por estradas de rodagem. A economia corria não mais sobre os trilhos, agora com as rodas da “ordem e do progresso”.
Algumas estradas de ferro, ainda resistem aqui e acolá, fazendo às vezes de patrimônio histórico e/ou para o transportar do “povão”.
As fotos abaixo são da estação de Piracuama( distrito histórico da cidade de Pindamonhagaba), utilizado por turistas e moradores da região.
O prédio ainda conservado…
A integração entre os modais, ainda não é possível.
Moradia dos funcionários e familiares da estação.
Detalhes atuais da estação inaugurada em 1916
quem sabe, em um futuro não muito distante possamos reviver esse modal, como profeticamente o poeta já cantava…
leia mais sobre as ferrovias no Brasil:
Piracuama- Estações ferroviárias do Brasil
Ferrovias do Brasil, ensaios ilustrados – do Latuff
Ferrovias do Brasil – Apocalipse Motorizado
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