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Quando falo em assédio

#fimdaviolenciacontramulher :

Abaixo a reflexão da Diana, sobre assédio nas ruas:

” Pois então, a que me refiro quando falo em “assédio”? A resposta é bem ampla, e vai desde estupro até os mais “inocentes” assovios bem conhecidos por qualquer mulher que transita nas ruas desta e outras grandes cidades. Mas minha intenção agora é focar nessa segunda maneira de assédio, que me preocupa justo por ser tão comum, ter relativa aceitação social e por sua falsa aparência inofensiva.

Tais assédios expõem a mulher publicamente, independente de sua vontade, e a coloca numa situação constrangedora, quando não humilhante. O espaço individual é violado ao momento em que ocorre uma interação forçada. Alem do que, declara que  a pessoa abordada é um objeto a ser utilizado pelo outro. Trata-se de um objeto sexual, e nada mais.

Seguindo essa linha de pensamento, não fica difícil entender porquê o assédio nas ruas pode ser um dos motivos pelos quais há menos mulheres do que homens pedalando. Como pode alguém se apropriar tranquilamente de um espaço no qual não se sente à vontade, onde há o risco de ser constrangida a quase qualquer momento? Sobre a bicicleta isso parece mais difícil ainda, já que ciclistas destacam-se visualmente. Alem, é claro, de chamar atenção pela  imagem “excêntrica”: a mulher pedalando se mostra forte e corajosa ao encarar certas avenidas movimentadas, atitude não muito esperada do tal “sexo frágil”. Parece papo de décadas atrás, mas, acreditem, esse valor ainda está vigorando fortemente hoje em dia.

A mulher sair de casa sozinha e ir trabalhar já não é novidade; entretanto, quando pisa a rua, comumente é tratada de maneira hostil, como não pertencente ao espaço público –  “se o faz, é por sua conta e risco”, como citado nesse artigo –  ainda relegada ao espaço privado, à proteção do lar ou mesmo do local de trabalho, mas não à rua.

A esfera privada – seja a casa ou o carro – oferece uma (questionável) sensação de privacidade e segurança que não se tem no ônibus, na calçada, nem sobre a bike. E isso tudo é somado à vigente carrocracia, opressora a qualquer ser não motorizado. É de se esperar que alguem queira alienar-se de um mundo que lhe parece hostil.

(acima, video da campanha Stop Street Harassment)

O medo tambem é um fator de peso nessa história toda. Dependendo da abordagem, algumas mulheres podem se sentir ameaçadas. A propósito, uma pesquisa mostra que é comum estupradores provocarem verbalmente uma vítima potencial para avaliar se ela reagiria a um ataque físico. Seria exagero dizer que um mero “ê, lá em casa” pode soar como uma ameaça para uma pessoa que a maior parte dos dias é publicamente afirmada como objeto sexual? Por mais clara que seja a não-intenção de que a ameaça seja efetivada, uma “brincadeira” dessas não é brincadeira.

Tá. Diante disso, o que fazer?

Podemos começar pela conversa com amigos homens. Muitas vezes pessoas queridas têm dificuldade em se colocar no lugar dos outros, não sabem o quanto algumas atitudes são violentas e prejudiciais. E cabe a nós ajudá-los a entender. Contar como se sente, mostrar que isso não é bacana…

Para o momento do assédio, há uma série de dicas aqui. Eu geralmente respondo, diferentemente da maioria das mulheres, que prefere apenas ignorar. Por um lado, entendo que essa é uma postura conivente com a violência; por outro, às vezes é melhor se preservar, e desenvolver um trabalho emocional para se deixar atingir o mínimo possível, já que não há como criar uma barreira absoluta que não seja sair da rua. Mas sair da rua não é uma possibilidade, nem um desejo, nem seria uma solução.

Não vou me inibir em ir para onde e como quero. Deixar de sentir os espaços, ver os detalhes, ter acesso à cidade sem precisar de motor nem dinheiro está fora de cogitação. Esconder não vai ajudar em nada, pelo contrário. Aliás,  sabe aquele papo de “não pedalar pelo canto da rua, e sim próximo ao centro da faixa”? Pois é, isso é se impor, é tomar o espaço que é seu! Essa postura é importantíssima para uma mulher que pedale ou mesmo caminhe pela cidade. É não se deixar inibir; é dizer, com o corpo, “Estou aqui e não vou me desviar tão fácil”. A rua é nossa!

Diana

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Reflexões sobre os insultos de raiz

#fimdaviolenciacontramulher :

Abaixo a reflexão da Dri, sobre insultos de raiz:

“(Recentemente ouvi alguns insultos no trânsito, como ciclista e como pedestre, e fiquei me questionando em que tipo de realidade vivem essas pessoas que acham normal esse ato de agressão gratuita, que por vezes mais parece uma demonstração angustiada e, sobretudo, distorcida de sua própria impotência.(…)

O insulto de raiz é uma prática lúdico-terapêutica, que consiste em descontar as frustrações da sua vida ou em expressar seu ódio ao outro, ainda que um completo desconhecido, a partir da segurança de seu veículo motorizado. Privilegia-se aqui a ação ágil, gratuita e impune. Os mais ousados, normalmente em bando, chegam a colocar sua cabeça para fora do veículo, com um ganho significativo nos quesitos intimidação e projeção de voz. Aos mais tímidos é permitido o insulto sem contato visual, sendo ainda possível recorrer à proteção das janelas com insulfilm.

A prática, que não vingou nas cidades de interior – onde o número reduzido de habitantes e embaraçosos encontros no coreto comprometiam a impunidade –, encontrava nas regiões de urbanização intensa seu local privilegiado. Encontrava. O insulto de raiz, que antes corria de pés descalços pelas ruas, ricocheteando nas velhinhas que insistem em morar na calçada oposta ao mercado, agora se vê perigosamente limitado pelo crescimento urbano. A cidade já não oferece mais um sítio totalmente seguro para essa prática.

Com as ruas cheias de carros são cada vez mais frequentes os encontros com os insultados no farol fechado ou na próxima esquina obstruída, comprometendo a inconsequência do ato. E mais: aumenta significativamente o número de cidadãos que não reconhecem nessa prática seu valor tradicional – ah, plebe ignóbil! -, e se acham no direito de reclamar quando são vitimados por um insulto de raiz. Proliferam, assim, os conflitos cotidianos, e a prática, até então inofensiva, passa a oferecer riscos ao insultador. Por vezes ele é constrangido a assumir a autoria e mesmo responder por suas palavras.

Barrados por violentas convenções de trânsito – o que são os semáforos se não a demonstração do braço coercitivo do Estado em sua atividade constante de desmanche do patrimônio cultural? – e pela coincidência – que outro motivo poderia explicar as ruas que eu uso sempre estarem lotadas com outros carros exatamente no horário que eu preciso? – os adeptos ao insulto de raiz se encontram em uma situação insustentável. A que tipo de humilhação ainda se verão expostos aqueles que tem coragem de preservar essa prática? Até quando o Estado manterá sua postura passiva, sem desenvolver um projeto sério para viabilizar a manutenção dessa tradição?

Até que tenhamos as respostas para essas perguntas, acredito que a prática do insulto de raiz continuará cada vez mais arriscada. Por isso deixo aqui minha solidariedade aos que ainda tem coragem de lutar por seu direito à cultura e um conselho singelo: invistam na cara de pau, pois fica muito feio não estar preparado ou fingir que fala no celular, desligado, quando aquela garota ou aquela senhorinha batem no vidro para pedir uma satisfação.”

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Pedalinas em junho

+ info no blog pedalinas ou @pedalinas: @talitanoguchi, @pedaline, @laurasobenes, @gabikato, @vmambrini, @mchevrand, @natiuska, @jcallegari

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Sábado de sol

1° sábado de março é dia de Pedalinas:

…….

tb é dia de Piscina & Sauna na exposição do Acervo Mariah Leick: Uma boa desculpa para reunir pessoas, ouvir música, beber, conversar e apresentar a exposição… Com guarda-sol ou guarda-chuva.

Sábado, 06/03, das 15 às 20h
Galeria Bijari: Rua Padre João Gonçalves, 81 – Vila Madalena / SP (mapa) “

confira aqui o convite e aproveite .

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II Pedalinas com a mão na graxa!

“II Pedalinas com a mão na graxa!”

Dia 29/11, domingo.
saída da Praça do Ciclista: 15h
início da oficina: 15h30
onde: nova administração do Parque Villa Lobos

Meninas, sejam todas benvindas!

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Faça você mesmo no AY

Programação:
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*** 10h as 12h – Oficina de Culinária Vegana ***
*** 13h as 14h – Pequenos Reparos Domésticos ***
*** 13h as 14h – Oficina de Origami ***
*** 14h as 16h – Oficina de reciclagem de Imãs ***
*** 14h as 16h – Computação Gráfica ***
*** 14h as 16h – Gráfica Revolucionária ***
*** 16h as 17h – Oficina de Stencil ***
*** (a confirmar) – Oficina de manutenção de Bike ***
*** 18h as 19h – Oficina de Edição, Compressão e Publicação de Áudio ***
*** 19:30 as 20h – Oficina de desodorante caseiro ***
*** 19h as 20:30h – Oficina de Lambada Libertária ***
*** dia todo – Fotografia Digital ***
*** (a confirmar) – Oficina de Rádio Livre ***
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PROGRAMAÇÃO COMPLETA COM A DESCRIÇÃO DAS OFICINAS:
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*** 10h as 12h – Oficina de Culinária Vegana – piso térreo – Duração 2h ***
Aprenda a cozinhar de forma barata, saudável, sem crueldade e com menor impacto para o planeta quitutes e pratos do cardápio do ay carmela.
Estão programados os seguintes pratos:
Muqueca de Soja e Moqueca de Banana da Terra
Esfihas fechadas
Chutney de manga
Pedimos a contribuição voluntária de R$ 5,00 para cobrir os custos do material da oficina
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*** 13h as 14h – Pequenos Reparos Domésticos – Piso térreo – duração 1:30h ***
OBJETIVO: levar os participantes a perceber a simplicidade de se fazer pequenos reparos domésticos, ou desfazer a imagem de que se tratam de operações muito complicadas.
DINÂMICA: Serão apresentados aos participantes conceitos básicos de eletricidade e hidráulica, as principais ferramentas e materiais utilizados em pequenos reparos desses tipos, com experimentações de ligações elétricas (chuveiro, tomadas, interruptores e lâmpadas) e conexões hidráulicas (roscas, conexões, reparos etc), aprendendo como utilizar adequadamente as ferramentas e materiais.
RECURSOS: 6 chaves de fenda (2 grandes, 2 médias e 2 pequenas) 4 chaves Philips (2 médias e 2 pequenas), 2 alicates médios, 2 alicates de corte, 2 alicates de bico, 2 chaves inglesas ou grifos, 1 rolo de fita isolante, 1 rolo de fita vedante, cola quente, durepoxi, 1 mesa grande, dois chuveiros, duas torneiras, dois soquetes, dois interruptores, duas tomadas, 10 m de fios 2mm, 2 pedaços de cano de Ø ¾” e 0,5 m.
Observação: dirigido a maiores de 14 anos.
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*** 13h as 14h – Oficina de Origami – primeiro piso – duração 1h ***
Venha aprender a fazer lindos origamis. (dobraduras de papel)
Material: papel dobradura colorido
Oficina para todas as idades
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*** 14h as 16h – Oficina de reciclagem de Imãs – piso térreo – duração 2h ***
Aproveitando imãs desviados do lixo e se utilizando também de aparas de E.V.A. e objetos da natureza (galhos, sementes, folhas etc). Montaremos com cola quente ou branca peças ornamentais e/ou úteis, tais como com pregador para blocos de papéis e recados.
Materiais necessários (trazer se tiver em casa) : imãs, colas, objetos diversos, EVA, pregador, canetas, estilete e tesoura. Oficina para adultos e crianças
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*** 14h as 16h – Computação Gráfica – primeiro andar – duração 2h ***
OBJETIVO: Apresentar as ferramentas livres de computação gráfica
DINÂMICA: Aos interessados em produzir peças de comunicação digitalmente, serão apresentados os mais conhecidos e utilizados programas livres de ilustração vetorial (Inkscape) de manipulação de imagens em bitmap (GIMP) e de paginação (Scribus) e como eles serelacionam entre si e com outros programas, e processos de saída.
RECURSOS: Os computadores do Ay (3 máquinas); se possível um scanner e impressora.
Observações: No máximo dois participantes por máquina.
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*** 14h as 16h – Gráfica Revolucionária – primeiro andar – duração 2h ***
Aprenda a fazer cartazes e panfletos utlizando de técnicas de recorte, desenho e montagem para fazer seu material revolucionário.
Material: Papel, revistas, tesoura, estilete.
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*** 16h as 17h – Oficina de Stencil – primeiro andar – duração 1h ***
Fazendo máscaras em raio-x solte sua criatividade e imaginação fazendo desenho e frases. Tudo é possível.
Material: Raio-x, estiletes, bisturis, tesouras, sprays, tinta de tecido, rolinhos, buchas, camisetas velhas, tecidos velhos e qualquer outra plataforma que quiser pintar e colorir.
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*** 17h as 19h – Oficina de manutenção de Bike – piso térreo – Duração 2h ***
As meninas da Pedalinas estarão dando orientação sobre mecänica básica para sua bicicleta.
Material: sua própria bicicleta, chaves para bicicletas.
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*** 18h as 19h – Oficina de Edição, Compressão e Publicação de Áudio duração 1h ***
Com abordagem mais teórica a prática, a oficina visa propiciar aos
participantes base para explorarem o software multiplataforma de
edição de áudio Audacity, tratando de conceitos como captação, edição
não-linear, efeitos, compressão e publicação.
Número de participantes limitado confirmar participação mandando e-mail para (foz em riseup.net)
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*** 19:30 as 20h – Oficina de desodorante caseiro – primeiro andar – duração: 30 min ***
Com ingredientes baratos e poucos minutos aprenda a fazer um desodorante que não tem cheiro e nem causa alergias.
Material: Alcool de cereais, bicarbonato, água e uma embalagem para colocar eu desodorante
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*** 19h as 20:30h – Oficina de Lambada Libertária – piso térreo – duração 1:30h ***
Depois de um dia cheio de oficinas venha balançar seu corpo pegue seu/s ou sua/s parceiras ou parceiros e venha se divertir.
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*** Fotografia Digital – primeiro andar ***
OBJETIVO: levar os usuários de câmeras fotográficas digitais a obter uma experiência mais satisfatória e gratificante no uso de seus equipamentos, compreendendo o processo da geração da imagem, noções de composição, contraste, cor, linguagem e estilo.
DINÄMICA: as oficinas terão uma hora de duração, iniciando com uma exposição teórica sobre imagem digital e composição; depois os participantes produzirão fotografias de temas diversos, com apoio e orientação do oficineiro; os últimos 10 minutos serão dedicados à leitura/exposição do material produzido, com debate e orientações finais, conforme demanda.
RECURSOS: Lousa e giz; cada participante deverá trazer seu próprio equipamento, que pode ser de qualquer tipo (Celular, câmera dedicada, câmera de vídeo com recursos de frame-a-frame etc)
Observação: é altamente recomendável que o participante traga o manual do seu equipamento.
HORÁRIO: Durante todo o dia; haverá uma lista de inscrição permanente e a cada vez que a lista alcançar 15 inscritos, ou no intervalo máximo de uma hora e meia (o que acontecer primeiro) uma oficina terá início.
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*** Haverá banca de grupos e indivíduos ***
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* a partir das 18h o cyber café estará aberto ao uso com monitoria para aqueles que ainda não tem prática com internet. O uso dos computadores será autogerido.
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Haverá venda de cerveja, sucos e comidinhas para manutenção do espaço.
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Almoço vegano Muqueca de Soja e Muqueca de Banana da Terra será servido a partir das 13h a R$ 10,00.
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Pedalinas em Novembro

pedalinas_novembro09

” Todo 1º sábado do mês às 14h: encontros com o público feminino que tem interesse em pedalar mais, depender menos dos veículos motorizados, que sente insegurança, quer conhecer um pouco de mecânica básica para não passar sufoco, que não sabe pedalar ou pedala pouco, que conhece bastante do assunto e quer ajudar e trazer idéias e informações, etc. ”

+ info no blog

mulheres livres!

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De e para mulheres

I Pedalinas com a mão na graxa

I Pedalinas com a mão na graxa

O evento é gratuito e não há material obrigatório. Por isso leve sua bicicleta e as ferramentas que tiver (quanto mais juntarmos melhor, pois mais rápido será o rodízio).

I Pedalinas com a mão na graxa:

  1. Troca de câmara:  soltar a roda, retirar o pneu, trocar a câmara e, claro, saber montar tudo de novo
  2. Remendo de câmara: localizar o furo, realizar o remendo e testar
  3. Limpeza de corrente: limpar os elos após uma bela chuva, aumentando o rendimento e a vida útil da corrente
  4. Ajuste de freios: calibrar para obter uma resposta mais rápida do freio
  5. Ajuste de marchas: calibrar para uma troca de marcha mais precisa e suave

Local:  no espaço Ay Carmela

Concentração na pça do ciclista: 14h – rota no bikemap

pedalinas1

+ info

e aqui tb

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